sábado, 31 de dezembro de 2011

O QUE VEM A SEGUIR...

O medo se dá por não saber o que vem a seguir. Não ter certeza de nada aos 32 anos é realmente assustador. O que eu poderia esperar também? Jamais me imaginei com essa idade. Quando criança, nunca fiz planos para o futuro, nem imaginei como estaria agora. O meu presente quando criança era tão tão cheio de obstáculos (imaginários e reais) que diariamente me achava matando um leão por dia. Aquela dorzinha no estômago que até hoje me persegue...
Engraçado ouvir das pessoas que fui um bebê calmo, que não chorava e também uma criança espirituosa e cheia de graça. Deus sabe a que preço passei essa imagem. Essa habilidade de me adaptar me custa hoje a paz de espírito.
Me encontro no final desse ano sem saber quem sou e o que será da minha vida em 2012. Mas afinal que sabe? Aprendi a dosar os planos que faço com as promessas de um fracasso retumbante. Vou vivendo assim, um pé em um futuro brilhante e outro no maior dos fracassos.
Não tenho controle do que pode me acontecer, não tenho controle sobre nada. Mas acho que ninguém tem controle sobre nada. Eu apenas lido com a certeza disso. E com a certeza de que aconteça o que acontecer todo o resto vai funcionar sem mim.
Pesado isso? Talvez. Mas sinto que nunca será pesado demais para que eu carregue.
Para a virada já comprei meu vestido branco, minhas unhas são pretas e verdes, o cabelos até o momento permanece loiro, jamais serei comum, ter uma vida sem grandes sobressaltos não é mais possível.
Sou essa confusão de sentimentos, sou reticências, nunca um ponto final.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O HOMEM DA MINHA VIDA

Ele tinha seis anos quando eu nasci. As fotos e depoimentos de todos da família relatam que ele era só felicidade  quando cheguei. Sem o ciúmes que já é comum entre irmãos.
Pois ele é meu irmão e já nasceu diferente pela capacidade incondicional em me amar. O que esse menino viu naquele bebê cabeludo, um mini lutador de sumo eu não sei.
Sei que desde que me entendo por gente, nele vi meu HERÓI, com todas as letras maiúsculas, porque ele sempre foi e sempre será.
Porque foi meu herói que passava a noite me dando a mão porque eu tinha medo do escuro, foi ele que cuidou de mim quando fui pega pela catapora, caxumba, rubéola... E não pensem que cuidava assim, assim cuidava muito bem. Ele tinha 11 anos quando ficou responsável por mim, por me levar para a escola, por fazer maria chiquinhas nos meus cabelos, ele tinha apenas 11 anos e já agia como um homem. E quando nossa mãe se foi era ele quem estava ao meu lado, me contando da maneira mais delicada que alguém poderia fazer. Eu não soube consolá-lo quando aconteceu com nosso pai.
A responsabilidade por mim ele jamais abriu mão. Esteve comigo em todos os momentos, me apoiando e tomando para ele todos os meus cuidados.
Somos apenas nós dois agora, tão diferentes e tão unidos e saber que o tenho por perto alivia minha dor no peito. Meu amor por ele é tão grande, mas tão grande que quando penso nele, esse amor não me cabe e eu sempre choro. Jamais nessa vida vou poder retribuir tudo que ele fez por mim.
É sempre ele que quero por perto, quando me casar quero ele e somente ele para entrar na igreja, quando me formar nessa faculdade é o rosto dele que quero ver na multidão, ele é meu porto seguro, minha rocha e é a ele a quem dedico todas as minhas vitórias.
Certa vez uma amiga da minha mãe escreveu que o nome dele era a junção de Mar e Rio e havia um lindo poema sobre isso que infelizmente não me lembro. Mas existe uma definição não tão poética mas que faz jus a quem você é: Mario quer dizer homem por excelência. Um HOMEM, meu amigo, meu herói, meu irmão Mario. Para o homem da minha vida, o que tenho de melhor... as palavras que saem do meu coração.
Com Amor, da sua Yki.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

VAMOS ACOMPANHAR

" O futuro já começou" diz a musiquinha na TV. Ouço uma freada de caminhão... Para tudo.
Deu medo, deu cagaço para ser bem exata. Pela primeira vez temo pelo tal do futuro.
O que será de 2012? Amor, trabalho, dinheiro, planos. Tô com medo, segura a minha mão?
Não sei lidar com medo, como é que faz para não paralisar? Porque veja bem: minhas mãos estão trêmulas, meu coração acelerado com a perspectiva do amanhã.
Nunca aconteceu, mas gostaria de mais alguns dias para poder ficar aqui no meu casulo, vendo a vida pela janela.
Vamos devagar com esse futuro, vamos na boa com esses planos, devagar, devagar... Complicado ficar no limite do pânico. Como diz uma grande amiga, vamos acompanhar o que significa esses fenômeno.
Mas vamos acompanhar com calma.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O DNA DE MARIANA

Hoje acordei totalmente crescida, 100% adulta. Hoje você não está mais aqui, ontem você decidiu que já era hora de tirar o time de campo e se foi. Eu estava lá na porta do hospital e você sabe disso, né? Eu sei que sabe, pois senti que você está ao meu lado o tempo todo.
Tenho em mim tanto do seu DNA que consigo compreender sua escolha. Durante toda a minha vida o que aprendi com você foi lutar, ser forte e recomeçar e ontem Zé, aprendi que existem momentos (poucos) onde é preciso deixar a batalha e descansar. 
Ontem com o coração na mão, as lágrimas saindo descontroladas, eu ouvia sua voz me dizendo para ser forte, ser forte, ser forte. E eu fui, eu resolvi o que podia, eu chorei o que aguentava, fumei mais do que devia e assim como você me ensinou não me entreguei.
Agora o que restou foram os ensinamentos. O que posso lhe prometer?
Que serei sempre honesta, que todos os dias em que estiver nas aulas de direito vou me lembrar de você me dizendo que nasci para ser advogada. E serei a melhor. Como você me ensinou. Serei sempre sincera, porque você abominava a falsidade. Serei sempre crítica, porque o conformismo é uma merda. Que falarei menos palavrões, porque você odiava. Que vou tentar novamente parar de fumar, porque você me pediu para tentar. Que vou tentar comer mais frutas, porque você sempre disse que é bom para a saúde.
E para lhe dizer, o que eu tenho?
Que as mágoas que tenho são superadas por tudo que você me ensinou de bom. Grandes lições que me ajudaram e me ajudam até hoje a ser firme, forte e lutadora. Porque eu gosto de ser assim, porque seu DNA sempre vai estar em mim. 
Você sempre adorou a maneira como escrevo e hoje a melhor maneira de te homenagear é com palavras.
Sei que hoje você sorri e sendo assim eu também estou sorrindo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BOM HUMOR...

Uma amiga e xará, Mariana Lara, me perguntou dia desses de quem eu havia herdado meu bom humor.
Aspas aqui para dizer que meu humor beira a falta de noção com toques de humor negro. Não me contenho diante de situações que beiram o limite do trágico: velórios, tombos, chutes da bunda, falências em geral... e por ai vai. Que fique claro: na maioria das vezes eu tiro onda das minhas desgraças, com a dos outros consigo ter mais tato.
Voltando, do meu pai herdei meu lado crítico, cri-cri mesmo e da minha mãe meu lado criativo, viajandão. O bom humor eu aprendi a ter vivendo. Passei por coisas tão bizarras na minha vida, ouvi tanta merda, tomei tanto olé que rir me manteve sadia. "Ou ri ou joga o secador na banheira minha filha!", lembrei que nunca tive banheira....
E até hoje o que faz com que eu siga em frente é o firme propósito de ser feliz. Dá para ser feliz sempre? Não, não dá, mas eu não passo um dia sem sorrir, e não é sorriso amarelo não, é risada mesmo, arreganhando os dentes para o mundo ver.
Foda-se o que passou, o que já foi eu transformo em piada, porque eu acho de uma chatice, falta de educação até, ficar chorando pitangas passadas. Se é para chorar, chore a pitanga presente, a de ontem faz um suco e chega.
Enquanto escrevo este post um sorrisinho já habita o canto da minha boca, porque veja bem, se eu morro e reencarno minhoca??? Vou rir do que? De comer e cagar terra? Faz favor...
Tenho casa, comida, amigos, amor, saúde, educação. Tenho também problemas, raivas, falta de grana, dor de dente e dias de mimi, mas não dá para levar tudo a sério, muito menos me levar a sério.
No mais, reza a lenda que sorrir previne rugas, hipertensão, infartos e o toda a sorte de coisas que deixam qualquer pessoa carrancuda.
E você...


já sorriu hoje?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

DEIXANDO PARA TRÁS

Ai, ai, ai... Novas decisões, vida nova. Deixar para trás aquilo que me machuca. Dorzinha do estômago e aperto no peita dando tchau.
Se vou conseguir cumprir minhas promessas? Não sei. Mas estou cheia de vontade de mudar, cheia de energia para gastar.
Tentar é apenas a certeza de que vou me movimentar, ora bolas!
Já dizia Raul: "eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar ai parado"
Grandes e imateriais, porque oi? Vou querer o que? Ter as coisas? Ah não, isso nunca foi meta.
Quero conquistar grandes sentimentos, cultivar o amor que sinto por mim, fazer a pele brilhar, o sorriso ficar, isso sim. Quero me deitar na cama e sentir meu corpo flutuar, adormecer pensando em coisas boas. Suspirar se for de amor, desintoxicar o corpo, a alma e a cabeça.
São escolhas. Não nasci para madre Teresa, não preciso de chicotadas nas costas, depois que elas saram meu coração sangra...
Chega desse derramamento de sangue, chega de cicatrizes e ataduras. Não tem mais espaço em mim para esse tudo de violência.
Não tenho mais espaço para nenhuma violência.
E é assim, de maneira bem suave que deixo o que me fere para trás. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUANDO O TORMENTO PASSAR

Lá fora céu escuro, chovendo e ventando muito. O quarto está sombrio, eu sozinha, precisando muito dormir, mas não consigo. 
Estar sozinha não é a minha primeira opção, nem a segunda ou terceira. A questão é que não existe opção, e mergulhada na falta, descubro que no fundo sempre terei que lidar comigo. Assim, assim sem anestesia, sem alguém para afastar meus pensamentos estranhos, ninguém para fazer com esse frio na barriga desapareça.
Sou eu aqui e minha mente assustadoramente honesta, me dizendo coisas que eu não quero ouvir.
Nem a tempestade lá fora é capaz de abafar o som dos meus pensamentos.
Que posso fazer se não me deixar levar por essas verdades e observar a chuva?
Amanhã quando todo o tormento tiver passado eu vou saber o que fazer.

domingo, 13 de novembro de 2011

VOCÊ SABE COMO EU ME SINTO?

Você sabe como me sinto? Talvez nem eu saiba lhe dizer isso com precisão. Mas você realmente quer saber? Porque você precisa dessa precisão, não consegue pegar os fragmentos do que digo e juntar com minhas olheiras e perceber.
Mas hoje eu juntei minhas peças, eu me vi e decifrei o que sinto. Foi assustador e ainda posso sentir um certo pavor no que descobri. Sinto solidão, uma profunda solidão. Enorme e escura. Algo que me impedia de caminhar os dez passos que faltavam para que sair dessa inércia. 
Basta que olhe ao redor, não há ninguém aqui, ninguém é capaz de decifrar o que me faz tão machucada, porque você seria?
Coisas foram ditas, e cada palavra dita era uma agressão ao que sonhei. Não há o resista ao terremoto de palavras e silêncios, de olhares cínicos e desprezos profundos. 
Quantas vezes consertei meu sorriso, arrumei os cabelos, quantas vezes obriguei meu coração a bater??? Por você e por dezenas de pessoas eu tentei isso. Vivi o que o roteiro alheio dizia. 
E o meu? E minha vida? Me acuse de egoísta, isso é certo, isso é esperado. Viu como eu sei qual o seu roteiro?
Quando somos por demais pacientes, as migalhas de afeto são escassas. Quando somos por demais compreensivos, é fácil nos achar e não demanda mais que um segundo para que eu me exponha novamente.
Acontece, sou uma pessoa passional, sempre acontece com quem é movido por sentimentos fortes.
Essa energia me faz capaz de revolucionar tudo. Mas também me faz apenas escrever sobre tudo isso, algo que você jamais vai ler, algo que você não quer saber. 
Cuspo as palavras agora sem medo, essa é mais uma parte de mim que não lhe interessa. Não interessa também a quem me vê como um animal exótico, não ouso me esconder, mas não me interessa explicar.
Isso tudo faz com que eu consiga escutar o que meu coração diz. E faz com que eu me cale diante de você.
"This is the book I never read
These are the words I never said
This is the path I'll never tread
These are the dreams I'll dream instead
This is the joy that's seldom spread
These are the tears...
The tears we shed
This is the fear
This is the dread
These are the contents of my head
And these are the years that we have spent
And this is what they represent
And this is how I feel
Do you know how I feel?
'Cause I don't think you know how I feel"

VOCÊ LEMBRA?

Uma dorzinha no meio do peito, ela é constante nos domingos. Sonhava com domingos sem essa sensação estranha de vazio e eles mão chegaram nunca. Idealizar é perigoso. E eu sempre idealizo tudo, alcanço estágios em que posso me machucar. Já aconteceu, é verdade. Chegar perto da loucura.
Deveria me desapegar do passado, deveria deixá-lo lá bem guardado. Mas como esquecer o que foi lindo? Talvez uma das épocas mais mágicas da minha vida? Lembra quando eu era a garota do filme? E haviam olhares de cumplicidade? Quando o perfume da minha nuca fazia você suspirar? Eu me lembro. Quando as mãos apenas se procuravam, como as bocas e os abraços? Eu me lembro.
Se deixar essas lembranças para trás e não desejar mais sentir tamanha felicidade é amadurecer, então me recuso. 
De pesadelos eu estou farta, me falta é sonho, é sair da rotina que me limita e embarcar na fantasia onde sou única, especial. Descansar de ser um guerreiro e virar uma princesa por algumas horas. Preciso dessa dose de fantasia e não estou mais disposta a ficar sem isso.
Cada dia que tento me acostumar a viver sem o brilho nos olhos, morro um pouco por dentro. Admito que a vida é cinza e apenas os que tem sorte podem usufruir de momentos mágicos? Jamais.
Uma revolução está acontecendo dentro de mim e não suporto mais me deitar nessa cama de espinhos. Meu peito está apertado, tenho medo, mas a vontade de viver é maior. 
Não sei partir, me acostumei a ser abandonada. Esperar que a porta se feche em meio aos meu gritos de desespero. Mas é preciso partir, é preciso arriscar. 
Do que é feita a vida se não de grandes riscos. Você lembra?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SÓ ALGUMAS BESTEIRAS

Pessoas, pessoas, umas daqui que acabo conheço com as andanças pelo hospital, outras  que conheço a tanto tempo que nem sei mais.
De um lado o bom humor e a força surgindo onde a gente menos espera, boas conversas e lições de vida em pílulas diárias. Assim como me surpreendo com que acabei de conhecer, também acontece com pessoas que eu achava que conhecia demais.
Se fiquei puta, claro. Se me magoei, um pouco. Se isso me impediu de ser uma pessoa melhor, não. Sendo assim agora depois de dormir um pouco, fiquei com a sensação de que muita coisa tem que mudar.
Rever essa coisa de importância, porque olha só, atitude de 15 anos não rola mais. Não é a mentira em si que mais me afetou, foi o conteúdo dessa merda toda, porque essa necessidade idiota de afirmação? Vamos lá, quantos anos você tem mesmo? E mesmo que essa necessidade exista, porque eu não sou colocada a par disso? 
Cansada...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PERSEVERANÇA

perseverança 
(latim perseverantia, -ae) 
s. f.
1. Qualidade ou acção de quem persevera.
2. Constância, firmeza, pertinácia.
3. Duração aturada de alguma coisa.

Perseverança não é algo heroico ou grandioso, é algo que se faz todos os dias. Meu pai persevera e luta todos os dias contra sua doença, já tem quase 70 anos, mas se recusa firmemente a deixar que o câncer o derrote. Minha amiga persevera para que suas escolhas sejam respeitadas, sabe o lixo do preconceito está por ai, mas se recusa a ser infeliz. 
Um exercício diário, muitas vezes cansativo. Mas como é a gente luta pelos nossos sonhos, se não perseverando? Sonhos não são entregues por sedex. Eu diria até que não se corre atrás dos sonhos, caminhamos cada dia um pouco rumo ao que nos faz feliz. Perseveramos.
Os heroicos são protagonistas de grandes atos, mas será que nesse espaço tão apertado que é a rotina são capazes de perseverar?
Não quero ser lembrada por um único ato, one hit wonder. Vou encontrando espaço todos os dias para ser firme e constante naquilo que decidi ser o melhor para mim.  

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O CHEIRINHO DE COMIDA

E daí que chega o final do ano e eu num estranho estado de alegria e saudosismo. Tá calor lá fora e o dia teima em não escurecer, sinto cheirinho de comida caseira, e me dá um nó no estômago. Lembra minha infância. Deveriam ser boas memórias, mas hoje não consigo. Hoje o que eu me lembro é da força que gastava tentando fazer com que as coisas dessem certo. Minhas notas, minha postura, minha família, meu irmão querido.
Sinto o cheiro da comida e com ela a tensão daqueles dias volta forte. E eu vou subindo as escadas do prédio torcendo para tirar esse cheiro das minhas narinas e desatar os nós do meu estômago, do meu passado.
Vacilo em ter a minha família, filhos, ora essa e como poderia ser diferente? 
Nesse emaranhado de ontens, não quero mais fazer parte daquela cena, não quero trocar de lugar apenas e passar a ser a mãe que prepara o jantar pensando no que poderia ter sido, lamentando um papel de parede que nunca foi colocado, um vidro quebrado na porta da frente, no quarto das crianças que ficou sem porta. 
Porque sempre foi assim, tudo foi ficando como estava naquele mausoléu de tristezas. Consigo lembrar de cada rachadura, da folha da janela quebrada no meu quarto, do bolor na parede e no sininho da porta da cozinha. As lembranças boas sempre voltam com um gostinho amargo no final.  Lembro e estremeço. Porque esse passado é meu, esse passado é o que eu sou, mas tem dias que eu gostaria de esquecer.
Tem dias que o cheirinho de comida é como um soco na minha cara.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TRISTEZA DE FÉRIAS

Outra fase. Não menos importante que as outras. Aniversário passou e com ele o tal do inferno astral.
Me senti verdadeiramente adulta depois da doença do meu pai, uma sensação de que só depois disso coloquei meus pés fora de uma adolescência tardia. Era meio retardada em alguns assuntos e muito madura em relação a outros. Agora tá tudo meio que no lugar. 
Vamos lá entrar com pé direito nessa.
Já admito alguns dos meus defeitos, já até corrijo alguns deles, já sei qual o meus estilo, já ouso mostrar para as pessoas quem eu sou e o que faço. Eu resolvi viver, devorar o dia, olhar para os lados, para o céu, eu resolvi deixar minha mente vagar e soltar as rédeas das coisas.
Leve é a palavra.
Aprendendo a criar quando a tristeza tira férias.


domingo, 23 de outubro de 2011

DON'T STOP ME NOW

Trabalhando contra a procrastinação, essa danada que tem poder sobre esse corpo. E como me faz sofrer!!!
Seguindo algumas resoluções recentes, vou lutando contra tudo que possa fazer meu coração disparar loucamente (preciso poupar o bichinho), minhas mãos transpirarem (nojinho) ou qualquer outra coisa que me impeça de andar de cabeça erguida.
Eliminando tudo que é possível para tornar minha vida aqui mais bacana. Decidida a só permitir que esse meu coração dispare de felicidade. Ponto.
Talvez isso me ajude a colocar todas as emoções de já falei nos seus devidos lugares. 
Hoje com meus gatinhos lindos para afagar, o gato mor dormindo seu merecido sono de domingão, coisas das mais simples estão sendo feitas.
Ainda tenho dificuldade em sair de um certo estado de torpor e colocar todos os planos em dia, mas acho que como tudo na vida é questão de treino, uma forçadinha aqui e ali e pimba! vira hábito e me vou me livrando das armadilhas que eu mesma coloco no meu caminho.
Agora dá licença que vou cortar e pintar meu cabelón vermelho ouvindo Queen....

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A DESORDEM

Uma energia absurda dentro de mim que só pulsa dentro da minha alma. Se debate pelas paredes do meu corpo, vibrando aqui dentro, fazendo meu coração disparar e meu estômago doer. Ela sobe e faz minha cabeça pensar em ritmo desenfreado, idéias, idéias, idéias.
O que eu sinto é sujo e puro, é forte e lento. Se eu contasse o que já vi, parece filme, parece livro.
Fica tudo aqui dentro, meu peito está inchado de tanta coisa, as suturas abrem, eu fico cinza, eu volto à aquarela, eu fico doida e fico sã. A ferida sangra, podres, todos os fluídos podres, todos os sentimentos podres, tudo que ficou colado na minha retina explode e ai são dentes afiados, desesperança, ódio, má, muito machucada para aceitar qualquer Deus. Ficar na escuridão é o que me protege, rindo e chorando e só quem vê é o que reflete o espelho. Loucura, cabelos desgrenhados, o rosto marcado para avisar que o tempo passou...
Passei pelas ruas sem asfalto, passei pelas crianças descalças, passei no meu andar mais egoísta buscando o que me dava prazer, busquei nesses lugares mais sórdidos a paz que na ponta da minha língua adormecia. Anestesia, confunde, chutar tudo, uma expressão boçal, uma personagem canastrão que representei enquanto a verdade estava deitada na cama encolhida de medo, suplicando por amor, chorando por proteção. Quando tudo finalmente acabou e senti o frio, quando meu céu se resumida a um quadrado, quando tudo que era meu foi saqueado, foi quando encontrei a paz.
Daqui a cidade acontece, tudo me foi devolvido, o que não foi, eu busquei, daqui para quem olha para fora tudo parece tão perfeito.
Tudo segue seu ritmo, acordar, trabalhar, conquistar cargos e status, faço a cama para outra pessoa deitar, na minha cozinha faltam pisos, meus pés no chão áspero, sento no chão, acendo um cigarro e deixo a cinza cair no teclado, deixo o choro sujar,  preciso da desordem, essa é minha verdade.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

THE SHOW MUST GO ON

"Espaços vazios... Pelo que nós estamos vivendo?". 
Quem já sentiu esse vazio sabe, quem já sentiu doer fisicamente jamais vai esquecer. Se eu já senti? Muitas vezes. Se eu sou uma pessoa triste? Nunca.
Não consigo encontrar nome para o que acontece dentro de mim, mas depois de sentir meu coração estraçalhado, de ver meus sonhos definharem, de sentir todas as porradas bem no meio da minha cara, eu sou tomada, esse é o termo, tomada por uma sensação que me faz levantar. E é isso que tenho feito, levantar, levantar e levantar. Não importa o que aconteça eu vou me levantar.
Eu não sei desistir, seria mais fácil, mas eu não sei aceitar a derrota. Minha alma jamais vai deixar com que eu me submeta a tristeza profunda, as olheiras vão sumir, o cansaço vai embora e vou voltar a sorrir.
É uma batalha, sempre foi. Meu corpo não aceita bem as lágrimas, não aceita a dor, não aceita nenhum remédio para aplacar tudo isso.
Eu preciso ir de encontro ao que me abate, olhar nos olhos dos monstros e seguir em frente. Não importa quantos pedaços eu perca nessa batalha, eu continuo, eu ganho novos contornos, me transformo e reinvento outros sonhos. Busco incessantemente outros motivos para sorrir, outras pessoas para amar. Eu saio das dores do meu mundo e levanto a cabeça em busca de algo belo para olhar.
Não importa que agora toda essa dor seja capaz de sacudir todo meu corpo, não importa que hoje eu ache que nada vale a pena e que eu mal consiga ver porque a mágoa me deixa cega, a tristeza tenta me arrastar para a inutilidade, me coloca sentada sozinha. Mas é em vão...
Amanhã meu mundo se movimenta, amanhã recomeço de onde parei, do zero, não importa. Amanhã serei livre novamente. Não faço isso por ninguém, faço porque preciso ser a protagonista desta vida.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PARA TALITA FONSECA DE ABREU

Tata ou Bolha, é assim que eu chamo minha amiga. Tata quando a coisa tá séria e Bolha quando está tudo certo e estamos rindo. Adoro ouvir sua risada, porque Tata não é dessas meninas que mostra os dentes toda hora. Ela é séria, centrada, parece que nasceu com a sabedoria dos mais velhos. Ela também não fala no impulso, ela pensa, faz uma carinha de quem está analisando e só depois emite uma opinião. Ela é sábia.
E assim nós duas tão diferentes passamos os quatro anos de faculdade juntas, unha e carne, risadas, tensões, lágrimas, apoio, longas conversas...
Hoje a Tata está triste e eu queria poder estar ao lado dela e lhe dar um grande abraço. 
Mas quero que ela saiba que foi uma grande filha, com um coração maior do mundo, que teve maturidade de olhar a sua história de vida de maneira justa e sem grandes julgamentos. E que não deixou que as mágoas a impedissem de viver e amar quem ela achou que deveria. Me impressiona ainda sua força, seu equilíbrio e sua maneira suave e justa de passar por todas as situações que essa vida maluca coloca no seu caminho.
Tata, você foi e é uma das coisas mais importantes e maravilhosas que eu conquistei na minha vida.
Estou aqui em pensamento e orações para você!
Tata tudo vai passar e vou voltar a ouvir sua risada que eu tanto amo.

sábado, 8 de outubro de 2011

EGOÍSMO

Um exercício de paciência e mais ainda um exercício de lidar com a solidão. Telefone e internet para amenizar e para saber como anda o mundo. Chego no quarto de hotel depois da visita, um silêncio profundo agravado hoje por ser sábado, ai meu deus amanhã é domingo como vai ser?
Ligo a TV que faz barulho suficiente para que eu consiga afastar os pensamentos estranhos, mas a dor no estômago está aqui desde quarta feira e não tem coca cola que dê fim nisso.
O tempo está de mal comigo e não passa de maneira nenhuma.
Me sinto egoísta, afinal estou aqui saudável e só para acompanhar, deveria estar agradecida por ter saúde, depois de tudo.
Agora me sinto frágil, triste e sem a menor vontade de agradecer.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ME RECONHEÇO EM VOCÊ

Acabo de voltar do hospital, encontro meu pai acenando e sorrindo para mim na UTI. Eu estaria mentindo se dissesse que já senti algo assim. Nunca senti isso em toda a minha vida, não foi assim com a minha mãe, não foi assim com a minha avó, sabe porque? Porque meu pai é especial, porque cada dia reconheço um pouco dele em mim, cada dia me orgulho mais desse homem que sempre se manteve caminhando em linha reta.
Durão, de poucas palavras carinhosas, de poucos beijos e abraços, ele me mostrou que amor é mais que tudo isso, amar é educar, amar é pegar pesado e preparar uma menina como eu para a vida.
Se hoje sei me defender, se hoje acho que tenho mais culhões que muitos homens, foi porque meu pai me ensinou a ser assim. Ele me preparou para das porradas que a vida dá, porque para alegria a gente não precisa de preparo, ele me preparou para as derrotas, porque para as vitórias a gente não precisa disso, me ensinou a olhar feio para os monstros que a vida coloca no meu caminho e peitá-los por mais horríveis que eles pareçam. Ele me ensinou que o medo está ai, mas que não paralisa. Ele criou uma mulher, porque princesas não existem na vida real.
Posso hoje chegar perto da sua cama no hospital e dizer que estou do lado dele porque somos parecidos e maravilhada perceber que sei como consolar, alegrar e amar meu pai. Isso por hoje me basta.

domingo, 2 de outubro de 2011

QUEM VAI?

"Sem vocação para a tristeza", essa é uma das minhas definições e fazendo jus ao que sempre fui, hoje a tristeza está aqui, mas em um espacinho bem pequeno, bem quietinha e acomodada.
Essa sou sou: passei dias angustiada, me sentindo um verminho sem rumo, mas os amigos se preocupam, perguntam, são solidários e a vida lá fora me presenteia com coisas lindas eu absorvo tudo e opa! tô fortona de novo, sem auto piedade, sem achar que o mundo acaba.
Porque não acaba, mesmo que eu perca todas as pessoas que amo, eu tenho consciência que o mundo não acaba, ele perde a cor, perde a graça por um tempo, fica estranho e uma nuvem sombria paira sobre a minha cabeça. Mas eu tenho alguma coisa dentro de mim que me empurra de novo para a vida, quando me dou conta já estou sorrindo.
Antes achava que era insensível, porque minha tristeza não se alonga, a depressão por aqui não se instala, mas hoje eu percebo que mesmo sabendo o que é a dor, eu não sou parceira dela, ela não gruda nesse corpo por muito tempo, talvez até por eu ser sensível demais, eu percebo que o mundo me dá outras tantas situações para sorrir... 
Quem em sã consciência vai lutar contra a felicidade? 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MORTALMENTE

Mortalmente triste, cansada e desanimada. E mais: me sentindo uma grande cagona, paralisada pelo medo, curtindo aquela dor no estômago, tão característica dos cagões. Acuada.
Não sei lidar com certas coisas, e uma delas é a doença do meu pai. Já escrevi sobre ele no blog e até um tempo atrás eu jamais cogitei a hipótese de que ele seria um reles mortal. Meu pai era forte, era saudável, ativo e intocável. E assim, assim uma tosse que não sarava, um mal estar e lá estava ele: um nódulo no pulmão, bem provável um câncer para me dar olá e me esfregar na cara que as pessoas que a gente ama morrem.
Não que eu não saiba, ora bolas, eu já passei por isso, eu já vi isso acontecer com a minha mãe, com a minha avó, meu avô...
Mas meu pai, vai a puta que pariu, esse pai que eu resgatei tem nem dez anos direito, esse doeu, esse está literalmente me fudendo a vida. Me deixando com nó na garganta e como meu pai costuma dizer: "mais perdida que cego em tiroteio".
Tá difícil como nunca foi, tá doendo como JAMAIS doeu. E dessa vez eu não sei se vai passar

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BATALHA ERRADA

Chutando pedrinhas no chão. Essa é a máxima da minha tristeza, parada nesse mundão, paralisada sem saber de verdade o que fazer. Sensação de estar no caminho errado, no mais errado de todos.
Coloco o que eu preciso na mesa, me exponho mais uma vez e minha voz fica perdida vagando sem rumo, sem um ouvindo e um coração para pousar, Piegas dizer que meus sentimentos vagam ao vento, mas não existe metáfora mais apropriada.
Me perdi, não sei mais quem eu sou, sou um nada, sou vazia, oca. Sem rosto, sem forma, sem sentimentos.
Estou lutando a batalha errada. Essa luta não é minha. Tenho que deixar tudo e seguir.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O QUE A MOCHILA TEM A VER???

Mochila pesada essa minha, acaba com a minha coluna e faz com que os três andares até meu apartamento se tornem um tormento diário.
Mas é nela que moram minhas coisas mais preciosas, ela é uma extensão do que eu sou. Meu computador tão desejado bem acomodado dentro de sua capinha colorida que é para não perder a doçura, falando em doçura lá dentro estão meus chocolates para dias tensos e meus pirulitos que é para parar de fumar. Meus cadernos que misturam anotações de todos os trabalhos e projetos que eu me meto a fazer com meus textos cheios de pretensões literárias. Minhas passagens de bus estão lá, bilhete único? Confere. Chaves de casa? Confere. Celulares? Confere. Tenho comigo minhas maquiagens que é porque agora sou menina e cada lápis que passo nos olhos confirmam isso, que fique claro como a minha base.
Tem como não ser pesada? Eu ainda acho que o que mais pesa não é quantidade de coisas que estão nela, é a quantidade de expectativa que coloco todos os dias dentro dela quando viajo quase 100km para trabalhar, e é nela que viajam juntos: meus sonhos, meus medos, minhas angústias, tristezas, dúvidas, alegrias e esperanças. É ela, a mochila, que aperto forte quando penso nos meus planos e a dúvida chega para me fazer vacilar. É ela que chacoalho forte nas minhas costas quando estou feliz e confiante. É ela que carrego em uma alça apenas quando estou me sentindo bonita.
É a tal que representa, com sua garrafinha de água e suas revistas e papéis dependurados para fora a minha vontade de continuar caminhando.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JOELHO DE PORCO

Passei um bom tempo cuidando dessa minha mente altamente problemática, mas no momento cansei, cansei de pensar, de analisar, de sentir, cansei.
Preciso me mexer, no sentido mais literal possível. Preciso ser mais disciplinada, preciso parar de fumar e de beber doses cavalares de Coca-Cola, por deus eu preciso cuidar desse corpo porque o tempo está passando e eu estou embarangando. E ai eu me olho no espelho vejo as coisas deteriorando e o que faço: penso!
Porra pensar não vai adiantar, o momento é de ação. Não posso pensar e comer pastel, isso é insano...
Vou ali ver uma academia e volto quando meus joelhos deixarem de se parecer com os de um porco.
Obrigada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

VOZES?

Aquele bichinho da indecisão me picou. Como quem não quer nada, passei a questionar certas coisas na minha vida e acredito que isso de qualquer maneira não vai terminar muito bem, ou vai. O que eu sei é que esses questionamentos são livres de qualquer mágoa, sentimento de vingança ou qualquer dessas coisas que só atrapalham uma decisão.
Não é isso, é uma coisa serena, quase que uma voz me dizendo que é o momento de mudar algumas coisas. E eu que não tenho a menor intimidade com o que é sereno, as vezes fico tentando desesperadamente obter respostas para ontem!
Mas não é assim que funciona, nã, nã nina não. Então eu deixo rolar e quando a voz fala comigo eu escuto e arquivo.
Sei que parece estranho pra cacete isso: Vozes, oi? Esquizofrenia modo on. Serenidade, oi? Desde quando, né? e o mais surpreendente é me sentir leve de sentimentos escrotos, porque olha só, eu gosto de ser escrota quase sempre, mas dessa vez...nada.
O que quer que aconteça eu sei que estou fazendo da maneira certa e pelos motivos certos;

terça-feira, 9 de agosto de 2011

THE DOG DAYS ARE OVER

Conversando com um amigo hoje, falei dos problemas que estão rolando e ele me disse: "deve ser difícil passar por isso se apoio", mas sabe, antes de mais nada não estou sozinha nessa não. Ah não, a pessoa que levava tudo sozinha e achava que estava abalando, que era a forte, que NÃO CHORAVA, essa já foi.
O que esse meu amigo não percebeu naquele momento é que ele estava me apoiando enquanto ficava lá lendo o que escrevia. Meus amigos hoje tem o seu espaço, apesar de que ainda não sou tão sociável, mas vamos por parte... easy baby.
Quando dói eu choro, opa e como não, choro mesmo. Odeio, mas faço porque meu corpo não merece mais ficar cheio de merdas tóxicas. Eu deprimo (por 1 min ou 2), mas deprimo, eu tenho mal humor, eu canso...
E acima de tudo eu me apoio cada vez que dou espaço para tudo que é simplesmente humano em mim e que eu sei que tenho dificuldades com tudo que for HUMANO e não HEROICO.
Não sou super nada, não fiz nada extraordinário e se eu mereço um naco no céu foi por adotar mais um gatinho e é só.
Já faz uns dias, uns bons dias que sinto um misto de euforia e tristeza, sinto que coisas vão acabar, sinto que vai ser triste, mas sinto também que minha hora é agora, preciso agarra certas oportunidades. Já deixei passar tanta coisa por medo, por amor, por outras pessoas. Não sei...
Sinto algo me cutucando para agir e sinto que esse movimento será minha virada.


O que fiz de bom e ruim é reflexo da minha humanidade.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

HEROÍNAS

As mulheres da minha família são grandes heroínas e por "mulheres da minha família" leia-se: mãe, tias, primas, tias que não são "de sangue" e agregadas em geral.
Tenho uma tia irmã de minha mãe que no meio de uma briga de homens tascou uma assadeira na cabeça no oponente e até hoje dizem que foi o melhor golpe da briga toda. Essa mesma tia criou praticamente sozinha quatro filhos, praticamente, afinal minha avó, essa a "chefe da máfia" estava lá para ajudar. Quem olhava minha avózinha de cabelos brancos jamais poderia imaginar a heroína que havia nela, descendente de austríacos, ela era ao mesmo tempo generosa e justa.
Outra tia minha, do alto de seu metro e meio fingiu com o indicador enfiado na blusa estar armada para fazer correr um ladrãozinho de merda. E conseguiu!
Minha mãe travou longas e dolorosas batalhas que não acho certo mencionar, além do que, essa mulher enfrentava todos os dias quatro horas de ônibus para trabalhar.
Minhas primas, ah! essas são demais, mandam e desmandam geral, são professoras, donas de escolas, fazem comida como ninguém.
E hoje, mesmo destruída por dentro e por fora, não nego minha linhagem e ajo como uma heroína: recolho os cacos,curo as minhas feridas, faço a maquiagem, arrumo o cabelo, trabalho, volto para casa, faço meu jantar, lavo louça e dou colo pro meu gatinho.
Somos assim, não somos?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

RÁPIDAS

-O coração está bem.
-Mulherzinha que sou, fico contente.
-A casa tá quentinha, muito amor e uma secadora de roupas.
-Minha família não esquece de mim, final de semana de muita emoção, lágrimas de alegria, pena que passa rápido.
-Meu pai me surpreende com a maneira tranquila de recomeçar a vida aos 70 anos.
-Eu, me surpreendo quando me pego identificando meus sentimentos e colocando as coisas em seus devidos lugares.
-Prioridades minha cara, prioridades.
-Menos drama, o que não significa que o Criador parou de me pregar peças, oh! isso não. Um tiquinho de serenidade nesta alma faz milagres.
-Aliás, pequenos milagres me alimentam no dia de hoje.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O MAIS OU MENOS É QUE MATA

Tudo certo, tudo azul na América do Sul...
O foda para alguém como eu não é lidar com os problemas, ná, ná nina não. Não é lidar com a felicidade, é lidar com o mais ou menos, com o cotidiano, o meia boca, o de sempre. Isso me mata.
E oi? A vida é 90% feita desses momentos. Como é que faz então? Então aprende né nega, aprende que a vida não é um show de drag, não é um musical da Brodway e por ai vai.
E eu vou, tentando todos os dias treinar meu olhar para alguma coisa extraordinária.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SEM RETOQUES

Hoje nada mais, hoje quero ficar aqui, hoje senti que esse lugar é um lar, meu e seu. Hoje quero isso, a vida real, rostos amassados de sono, vozes roucas e cheiro de café. Hoje os pelos do gato estão por todo o nosso tapete e tem muita louça suja na pia. As plantas precisam de água e as janelas de uma limpeza.
Hoje é assim, é aqui, descalça e de pijama, esperando você chegar.
É aqui onde eu sei andar de olhos fechados, é aqui que eu me escondo do mundo, me desfaço dos meus pensamentos malucos e aqui que eu escolhi para viver.
Ler uma revista antiga, fumar um cigarro, me perder na TV.
Esse é o território que me importa, e é essa vida que eu quero viver.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PARA DENIS

... e tudo começou de uma maneira inusitada, uma história de amor, um conto de fadas moderno. De moderno, porém, apenas isso. O sentimento é o mais antigo de todos os tempos, já cantado, feito poesia, feito arte desde o início do mundo. Quanta excitação ao descobrir que havia alguém para compartilhar os meus pensamentos mais ocultos, quanta felicidade ao perceber que acontecia comigo naquele ano de 2003, algo que sonhei desde menina, mas por achar que jamais conseguiria ter algo assim, nunca tive coragem de admitir nem para mim mesma.
Sonhamos juntos um futuro que chegou, ninguém nos ensinou como fazer depois do “felizes para sempre”, não era para ser apenas divertido? Não foi e então novamente juntos ultrapassamos essa barreiras, fui princesa, bruxa, rainha, boa e má. Fui felicidade e dor para você, foram dias coloridos e dias sombrios, de risos e lágrimas, o que você mais quis por perto e o que você quis longe.
Qual a cola que nos une? Posso arriscar dizer que é o amor, não qualquer um, mas esse sentimento antigo, bem careta, bem piegas até. Amor para todos os tempos, amor de doer o coração, de tirar a fome e o sono, amor de fazer a alma refletir no olhar... E me deixe falar do seu olhar, que já me viu com medo e com coragem, me viu quase desistindo e também persistindo, me viu feliz e triste, bela e feia, mas quando brilha para mim, torna a vida mais simples.
Nossa história ficará sempre em mim, mais profunda e duradoura que uma tatuagem, esse amor de nem sei mais quanto tempo, pois acho que já te amava antes, bem antes de te ver pela primeira vez.
Então é isso amor, o “ felizes para sempre” a gente faz a cada dia, os meus monstros mais feios você já conhece, mas eles estão por hora adormecidos, o melhor de mim é o que quero te mostrar, cada dia um pouco mais.
Todo amor que houver nessa vida...

terça-feira, 14 de junho de 2011

FAZENDO UM CHÁ

Descer do ônibus na estrada, atravessar a passarela, fumando e ouvindo Ramones, cantar alto, andar depressa, vento muito frio e centenas de carros na rodovia. Chegar no prédio, correr pelas escadas, dar oi ao gatinho que puxa meu rosto para perto dele com a patinha. Quer me cheirar, saber por onde diabos andou sua dona.
Andei por ai felino, pela fumaça, pelos túneis do metrô, andei para longe no pensamento. Fui mais um dia ser feliz. Fui com o básico, me vesti de preto, escrevi emails, dormi e sonhei.
Falei com quem eu amo, pensei em quem eu amo. O felino não se atém mais as minhas histórias, está encantado com um pernilongo no canto da sala.
Fumo um cigarro e observo as nossas paredes, é bom demais aqui! O gato mia como quem concorda. E como haveria de dizer o contrário: somos nós aqui, nós três, um pequeno mundo, cheio de lembranças, de sonhos e coca cola. Aqui fomos nós quem fizemos, aqui calor, frio, gritos, sorrisos, cheiro do seu banho.
Nada fica em ordem, não é na ordem que se constrói alguma parede de afeto, é no caos, não é planejando é fazendo agora, hoje.
Fazendo um chá para quando você chegar...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

PARA OS AMIGOS DE ONTEM E DE HOJE...

Novos ares, novos amigos, novas conversas... Estava precisando de renovação. O frio desse final de semana me trouxe boas surpresas e me fez refletir sobre meus amigos, os de hoje e os de ontem.
Não sou boa em agregar, tenho uma certa preguiça de me relacionar, marcar cafés, jantares, cineminhas e baladas.Sempre fui meio solitária, viciada em TV, sempre dialoguei maravilhosamente bem comigo mesma. Mas acho que deu essa fase. Meus amigos das antigas já sabem dessa maneira Ogra de viver...
Primeiro porque isso é de um egocentrismo ridículo, segundo porque quando estou "entre os meus" me sinto bem, terceiro porque a vida é enorme, é gostosa e é uma só.
Quero quem eu gosto pertinho de mim. Quero trocar, acho que agora eu consigo, acho que agora não preciso mais manter meus monólogos mentais enquanto assisto CSI na TV.
Que venha o inverno, a friaca, os dias mais curtos, pode chegar porque vou estar aconchegada com aqueles que amo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

TÁ RUIM, MAS TÁ BOM

Eis que eu tô me sentindo a covardona da vez. Cagona, franga, arregona, medrosa... sinônimos please!
Mas tá bom né? Minha Freud diz que o medo é uma forma de defesa, que a gente faz menos merda. Então vou continuar assim, arisca como um gato. Porque, vide post anterior, gato escaldado...
Bronquite atacando geral = somatização??? Ok, mas o remédio que eu tomo me deixa como um peru viciado em crack, tá bom procê? A parte boa é que os antialérgicos incham um tiquinho e assim eu consigo completar a calça jeans. Momento Pollyana.
Porque tá ruim, mas tá bom. Tenho alguém que me pergunta se estou respirando bem, diz que me ama ainda e muito e estamos ai tentando. Quem falou que era fácil? Me diz se é fácil olhar um par de olhos verdes e não amolecer? Sabe, tá frio, tem 8 anos, tem as risadas, tem a admiração.
Também tô com grana, pouca, mas melhor que antes quando contava moedinhas.
Ná, ná, ná, não tem do reclamar não. Tô assim porque os remédios me deixam perturbada!
Bêje, vou focar e já volto!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A PORTA

Ela fechou a porta e as lágrimas brotaram em seguida. Sentou na cama e percebeu um movimento na maçaneta, se recompôs, abriu a porta, não era ele. Fechou a porta outra vez.
As lágrimas incontroláveis e inexplicáveis... Se olhou naquele espelho imenso e percebeu que essa não era a primeira vez...

terça-feira, 24 de maio de 2011

O CAMINHO QUE ELA FAZ

Ela ama essa vida, as vezes bandida, as vezes madrinha. A tristeza não gosta dessa menina e quando vem para uma visita nunca fica mais que um dia, a tristeza não dorme com essa menina.
Ela caminha pelo centro, onde se sente mais feliz. Ela para na famosa esquina e enquanto espera o sinal abrir, pede para que a vida seja boa, pede para todos os santos, pede para São Paulo que ela continue viva, continue livre, continue feliz. O sinal abre e ela continua andando, continua forte, porque é isso que importa.
Ela está em casa, abre a porta do apartamento, joga a mochila no chão, senta no sofá e cruza as pernas e olha pela janela, o gato vem, olha e lambe sua testa.
Reconhece seus domínios, coloca as idéias no lugar. Por um momento se lembra que é sozinha, todos somos afinal. Atesta com firmeza que tudo sempre parece confuso, rápido demais, impensado demais e é assim que ela sabe viver.
Ela sorri.

sábado, 21 de maio de 2011

FAZ BEM PARA A PELE

Não sei exatamente qual santo tem baixado em mim por esses tempos, só sei que passei a me interessar por assuntos que havia deixado para trás junto com os meus 16 anos mais ou menos. Maquiagem, cabelo, moda.
Tenho que admitir, em tom de confissão, que já tem bem um ano que essa entidade perua baixou por aqui e eu não tenho a menor vontade de exorcizá-la.
Quando era adolescente era a ogra aqui quem maquiava e fazia as unhas de todas as amigas, eu era aquela que escolhia as roupas...em algum momento essa habilidade desapareceu e com ela o gosto por isso.
Maturidade e com ela a necessidade de maquiagem? Falta do que fazer? Futilidade? Entidade perua?
Não sei, mas o fato é que estou amando me cuidar, aprender novos truques, é uma beleza.
Continuo a mesma ogra, mas não durmo de maquiagem, não saio sem hidratante, prendo a juba com presilhas fofas, ando pirando com produtos para o cabelo e com sapatos de saltos e... essa é a melhor parte: estou dando um descanso para as camisetas de banda e me vestindo como uma mulher.
Futilidade, besteira, como boa ogra, só tenho uma coisa a dizer: não importa o que esteja acontecendo, se me faz feliz... faz bem para a pele.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

SAIR ANDANDO

Olha tô com gripe e esse estado me deixa um pouco mais rabugenta do que o normal. Sei que amanhã, se tiver melhorado, talvez não me sinta assim tão cinza.
Porque o mau humor hoje é comigo, com as bostas que ando fazendo e assim me sentindo cada vez mais sem rumo. Odeio perder o controle da minha vida, odeio ficar fragilizada e me sentir como aquelas heroínas de romances da Danielle Stel, porque olha só: na vida real o desfecho lindo não acontece. Não adianta nada me deixar levar pelos sentimentos, e blá, blá, blá, porque o final é sempre a tonta aqui tomar na cabeça.
Eu tô cansada de saber que quem deve cuidar de mim sou eu, então porque diabos ainda faço o que faço???
Tenho que tomar vergonha na cara e não perder o foco, não me deixar levar pelas coisas e pelas pessoas, porque seu eu continuar assim eu e somente eu vou me fuder. De novo...
Não seria a primeira vez e é exatamente isso que me deixa doente, essa minha mania de me soltar e seguir a correnteza, de ser carente mas fazer a linha durona, de dizer que não quer quando quer, de aceitar coisas que eu não aceito! Resumindo de sempre me anular para agradar as pessoas.
Definitivamente preciso por a cabeça em ordem e seguir a máxima: "Sabendo que iria se fuder, ela deu meia volta e saiu andando"
Sem mais!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

ELA

Ela é uma menina má. Ela gosta de vermelho nas unhas dos pés, na boca e nos cabelos, de rendas, ela tem os dedos da mãos amarelos de nicotina. Ela gosta que olhem, ela gosta de saber que está lá. Sentada nua na beirada da cama, fumando um cigarro, olhar pra baixo, uma longa tragada e os movimentos todos redondos. Sempre foi má, sempre foi...olhava-se no espelho e sabia que era.
Ela gosta de ser amada, devorada, apreciada. Ela gosta de cravar uma faca bem fundo no coração de quem não pode amá-la. Ela não se contenta, não se acalma, não consegue.
Ela tem pensamentos sombrios e sorri.
Ela dissimula isso, ela se veste de boa menina, ela sabe ser o que você quiser que ela seja. E você acredita em tudo, você acha que está no controle da situação, acha que está tudo caminhando, vai achar graça. Mas ela vai correr, ela vai desviar, vai desgostar, vai mudar.
Ela é má e vai sair porta afora e vai te fazer chorar.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AMACIANTE

Quem sou na ordem do dia? Quem sou eu na noite? Porque eu jurava até uns dias atrás que era A Ogra, ou pelo menos era o que eu tentava passar, mas bá tche que nada. Quem viu e quem vê, aliás quem leu e quem lê, não acha nada disso não, sou é fofa minha filha, isso mesmo: F-O-F-A! E quer saber, tô adorando não parecer sempre a mais louca, a mais sem juízo, a mais depravada. Porque olha conversa uns dez minutos ao vivo que a sensação de maciez passa rapidinho.
Acho também que um pouquinho de ternura mata ninguém não, sabe? E melhor ainda me faz uma mulher mais leve, menos cansada e estressada. Porque parecer um cara se eu sou menina. Sou menina que gosta de filmes com sangue, torce para o Timão, fala palavrão, ouve Sepultura, mas quando vê um filhote de gato solta um sonoro: "own que fofo". Ponto.
Felizes dos que perceberam isso, terão o melhor de mim. Muita gente ainda não se tocou e sabe? Essa galera vai dançar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O QUE O RÁDIO NÃO TOCA...

O ano era 1985 e eu tinha cinco anos, estava quase sendo arrastada pela febre dos "Menudos", quando vi pela primeira vez um videoclip do Kiss, "Detroit Rock City" e pirei. Continuo achando um Kiss uma banda do caralho e  serei eternamente grata a eles por me salvarem das boy bands. Assim, a música entrou na minha vida, depois do Kiss, veio Ramones, para mim a melhor banda do mundo, eu queria ser Joey Ramone, eu queria tatuar "Poison Heart" no peito (coisa que não fiz). Nessa época eu devia ter uns 8 ou 9 anos, era estranha e rolava um bulling fodido na escola, mas eu tinha a música. Não me lembro exatamente quando, mas foi meu irmão mais velho quem me mostrou a saudosa 89 FM - A Rádio Rock e assim nós que dividimos o mesmo quarto a vida toda, passávamos horas ouvindo rock em um rádio-relógio. Assim conheci Ozzy, Alice Cooper, Aerosmith, Guns (que tinha o até hoje fodástico Slash). Adolescente conheci Legião Urbana, letras sofridas, depres, mas essenciais para a fase. Com um pirei com Raul Seixas e por tabela conheci Marcelo Nova. Novamente por um namorado conheci Iron Maiden, imbatível. Hoje estou numa fase de Elvis e Johnny Cash, esse último um vício...
Minha vida sempre teve trilha sonora, sempre fui motivada por música e nos momentos mais sombrios e solitários, lá estava a minha Santíssima Trindade da Música: Ramones, Iron e Kiss. Amém! 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

PREFERÊNCIAS


Eu prefiro o sombrio dos gatos à felicidade dos cães, prefiro o perigo do açúcar à chatice do adoçante, prefiro ser a bruxa à princesa, prefiro o calor ao frio, prefiro som no último volume ao sussurro, prefiro orquídeas às rosas, prefiro chocolates às jóias, prefiro beijos às juras de amor eterno, prefiro o sol à chuva, prefiro tempestades aos chuviscos, prefiro o passional ao sensato e a loucura à normalidade. Prefiro o cigarro à solidão. Prefiro torto, descombinado. Prefiro a imperfeição. Prefiro o QI aos músculos, prefiro as palavras aos gestos, prefiro impresso, no papel. Eterno.

Prefiro quente ao morno, prefiro o forte ao certo, prefiro a coragem à prudência, prefiro a vida à passagem.
Prefiro o sonho ao pesadelo, prefiro sempre esperar à desistir. Prefiro ficar, prefiro tentar.Prefiro sofrer à sublimar.
Prefiro falar à rezar. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

SER

E eu que passei  muito tempo me fazendo de fortona e com cara de cuzona, pagando de "a muralha", me vejo precisando das pessoas, e não é precisar no sentido de abrir o pote de azeitona é precisar emocionalmente, vejam só. Eu que era dada a opiniões certeiras, irreversíveis e contundentes, tenho que admitir que ponderar as opiniões, voltar atrás é preciso e bacana.
Eu que acreditei que de amor se morre, hoje vejo que de amor se vive, se não se tem amor aqui, vamos bsScar acolá e a vida segue. Quase sempre com sol na alma, alguns mergulhos em dias sombrios para tocar os pés na realidade. A vida não é assim ou assado, ela é o que queremos. Os que pensam que é, pararam de jogar esse jogo, desistiram e aguardam pacientes que a vida seja. Para jogar esse jogo é preciso se indignar, exasperar, gritar, inconformar, lutar, rir, chorar, mudar... Mudar é essencial, jogada mestra de quem consegue ver lá longe. E eu que achei que o que eu era, eu sou e seria, agora vejo que posso ser quem eu quiser....

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nova fase da vida se solidificando. Novos trabalhos, novas remunerações, novas perspectivas. No fundo eu sabia que me reinventar sempre seria a melhor coisa a se fazer. Morte e renascimento sempre fizeram parte da minha jornada, em alguns momentos eu desanimei, achei que realmente havia enfiado minha vida na merda. Chorei horrores, me arrependi das decisões, mas sempre depois que o desespero passava, eu sentia que as coisas iriam tomar um rumo bacana.
Tive sorte? Sem dúvida eu tive. Uns chamam de sorte, outros de proteção, eu? Bom eu acredito em tudo, sempre tive fé e o Deus que eu acredito é barbudinho, bonzinho e tem coisas mais importantes para administrar do que cuidar dos meus pecados passados e presentes, mas quando eu peço para que ele me diga o porque das coisas, ele sempre me encheu de esperança. Fé é isso.
Mas... sorte a parte, eu batalhei por isso, eu me mantive atenta, procurei deixar minha mente sadia, e corri atrás de tudo, trabalhei em todos os lugares possíveis, enfrentei dias bem ruins, como quando acordava as 4 e meia da manhã e ficava na estrada esperando meu ônibus chegar. Nos lugares onde trabalhei aprendi muito, mas também fui humilhada, passada para trás e como aconteceu recentemente, um merdinha deu o start para a minha demissão. Ressentimento? Não tenho. Tive raiva, chorei de ódio por ser tantas vezes tão passional e inocente para algumas coisas. Aos que me foderam? Nada, a vida tá ai.
E a minha vida hoje, enfim vale muito.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

INVEJA

Estou lendo um livro do Zuenir Ventura - Inveja Mal Secreto. Desnecessário dizer qual o tema, né?
O mais interessante nesse livro são as pesquisas que o autor fez sobre a inveja e a maioria das pessoas diz que não sente inveja, mas que são alvo desse sentimento... cof, cof, sei.
Quanto mais eu leio sobre isso mais eu me sinto uma "estranha no ninho" e percebo o porque desse sentimento de inadequação. Eu costumo, em várias situações, falar abertamente do que eu sinto e confesso que tenho mais facilidade quando se trata dos sentimentos negativos: se alguém me faz o mal, eu desejo o mal para ela, quero que ela caia e quebre o dente da frente, sinto ódio, sinto raiva e se sinto inveja de alguém eu falo e não me venha falar em "inveja branca" que pra mim isso não cola, não. Inveja é inveja, e quando ela bate, ai sai de baixo. Não é uma coisa que eu me orgulhe, mas acontece.
Ainda acredito que pior do que sentir as coisas é negá-las, e assim tentar mascarar nossa realidade, nossa verdade.
Li certa vez em algum lugar que se usamos máscaras por muito tempo, quando tentamos removê-las é impossível sem que nossa pele saia junto.
Essa sou eu, o mais verdadeira possível...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

OBRIGADA

Ai que eu não me aguento quando alguém cometa um post meu. E foi o que aconteceu hoje. E sabe, fico mais feliz ainda porque quem elogiou tem trocentos seguidores, escreve muito bem e com uma frequencia bacana.
Eu ainda patino, sem saber se reclamos demais, se me faço entender. Enfim...o que conta é que esse elogio me fez muito bem.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O CENTRO E EU

Sabe, o centro de São Paulo me faz uma pessoa melhor. Hoje dei uma bela caminhada pela Av. Ipiranga e meu ânimo é outro. Lá tem de tudo, engravatados, mendigos, boys, putas, secretárias, vendedores, pesquisadores, operários, modernos, caretas e claro: o cheiro, que mesmo vendada, saberia que estou em São Paulo, só de sentir o cheiro.
A vida vejam só, deu uma nova guinada e voltou a sorrir. Lindo né? Também acho, mas como sou desconfiada... sempre tenho medo de voltar para o lado negro da força. Vibrando de felicidade e cagando de medo. Essa sou eu hoje.
Mas se engana quem pensa que é só isso, flores e tals. Ainda me irrito com o ser humano, ainda odeio uma pessoa sem conhecê-la, apenas pela foto do Facebook, maravilha não? Meu humor negro anda a mil por hora, não consigo me conter. Continuo ácida, continuo pirada, continuo oscilando, continuo correndo atrás não sei de que...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

SOBRE TRABALHO, CORAÇÃO E DINHEIRO

Com tantas novidades, horários e coisas para fazer, fico bem perdida e um tanto paralisada. Quando recomeço minha vida, jogo fora o que não preciso mais, entretanto algumas coisas eu não posso simplesmente descartar e o grande lance hoje é conseguir encaixar as coisas em seu lugar: o novo e o antigo, preciso arrumar um lugar para cada um deles.
Quando paraliso assim, segundo minha Freud, não produzo nada além das minhas tarefas diárias: não escrevo no blog, não escrevo meu livro, não faço caminhadas, enfim, não encontro espaço para o que está fora do "profissional". Em tempos assim, meu dia parece pequeno, minha vida parece pequena para acomodar tantas coisas, tantas "eu"...
Meu coração por sua vez, continua querendo o melhor, mas ainda se sente abandonado e as vezes eu penso se um dia vou voltar a sentí-lo tão pleno como em outros tempos. Isso, apenas com o tempo.
Esses assuntos sentimentais ainda me afetam,claro, mas não como antes em que dominavam toda a minha vida. Não sei se isso é fruto de um endurecimento emocional, ou apenas equilíbrio. O segundo, eu espero.
No mais, ainda as voltas com a minha vida financeira. E essa questão só depende de mim.

quarta-feira, 23 de março de 2011

SORRY

Tô fora do ar tem um tempinho, tentando organizar minha nova vida. Explico: resolvi investir em outra profissão, digamos que uma nova-velha profissão. Resultado: vou para Sampa alguns dias trabalho como estagiária de direito e nos outros dias fico por aqui e sou assessora de imprensa, dona de casa e uma mulher tentando se livrar da celulite.
Ligar e desligar os botões durante a semana é uma tarefa gostosa, mas um pouco difícil, esquizo eu diria.
Me divirto sendo, fazendo e acontecendo. Quando estou mal penso demais, quando estou bem eu executo...
Sempre correndo atrás...De que? Assunto para o próximo post.

quarta-feira, 2 de março de 2011

CABRESTO

Como disse uma leitora do blog: somos um amontoado de defeitinhos. Ora eles passam desapercebidos, ora fazem com que a gente se sinta um monte de m****!!!
Tenho tendência a focar apenas em uma coisa ou situação e ampliar o fato até que ele se torne a coisa mais importante na minha vida, me consuma os dias e as noites, as conversas e os pensamentos. Cada elemento novo em minha vida age como um cabestro, perco toda minha visão periférica da vida. Isso é ruim? Tenho achado que sim.
Hoje por exemplo, fui acometida por uma ansiedade incrível: dor no estômago, mãos transpirando e o coração acelerado, porque isso? Não sei, ai levo essa ansiedade para todos os aspectos da minha vida, fico correndo atrás do meu rabo e nada acontece. Estamos no meio do dia e sei que depois dessa descarga de energia pela ansiedade vou chegar ao estágio da frustração antes das seis da tarde.
Me sentindo o último dos seres humanos, lastimável, acabada, velha e inútil. Oi? Eu já sei como acontece, eu sei que é frequente, ok? Ok, mas mudar essa postura é que são elas.
O dia nublado e chuvoso contribuem...

SE DEUS QUISER

Tenho tanta coisa para descobrir sobre mim, tantas coisas para acertar... Não fui mais acometida pela aquela tristeza absurda de outrora. Acho que aquele fundão de poço só uma vez no ano e olhe lá. Agora só um suspiro, uma certa preguiça ao pensar no que tenho pela frente. O que faço com isso ou com aquilo, sigo esse ou aquele caminho? E aqueles defeitinhos irritantes? Vou consertar? Vou começar a fazer exercícios e parar com a Coca Cola? E aqueles desejos secretos, quais deles eu realizo primeiro? É uma preguiça disso, de pensar no futuro. Talvez seja um sinal de que não devo me deter no futuro, mas vivendo um dia por vez, que honestamente é apenas o que temos: acordamos e vivemos, dormimos e não sabemos o amanhã. Ou alguém ai tem certeza de que amanhã acorda? Eu não tenho.
O prazer de viver pequinininho, viver só um dia tem sido muito grande. Pode ser apenas uma fase, pode ser um novo estilo de vida, mas quero prolongar essa plenitude o máximo que conseguir ou até amanhã. Se Deus quiser.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OUSADIA

"Hoje eu desafio o mundo sem sair da minha casa"
Ousei como nunca hoje, ousei de forma inteligente, ousei sem agredir, ousadia desprovida de raiva e frustração, ousei colocar em práticas sonhos e idéias que há muito habitavam na minha cabeça. Driblei a falta de jeito, a vergonha e o medo.
A ousadia de hoje nada tem a ver com sentimentos revanchistas, a ousadia de hoje foi pura, porque ousei pela primeira vez realizar um desejo meu.
Será um dia para celebrar, um novo passo, nem pequeno, nem grande, apenas um passo para o futuro que vou contruir.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

MEU PAI, O ZÉ

Meu pai é o cara mais honesto que eu conheço. Pode ser com o chefe dele, com uma pessoa que ele acabou de conhecer ou um parente, ele manda bala e fala EXATEMENTE o que lhe vem a cabeça. Na família temos o costume de dizer que o Zé não tem filtro! Não tem mesmo. E é assim que eu o chamo: Zé. Desde que me conheço por gente o chamo assim, apesar de eu e meu irmão nos referirmos a ele como "o papai". Vai saber, Freud explica.
O fato é que mesmo que tenhamos estados distantes por diversos motivos e em diversos momentos da minha vida, nunca deixei de admirá-lo. Seja por essa honestidade extrema, seja pelo fato de que ele me ensinou bem cedo a ser forte, corajosa e inteligente. Quando criança, queria ser meu pai, não minha mãe. Freud again...
Admirava a maneira como ele digitava no computador sem olhar para as teclas, como ele literalmente desenhava os numeros quando me ensinava matemática e como ele me ensinou a estudar história fazendo uma linha do tempo. Ele sempre sabia tudo o que eu estava aprendendo na escola. Tudo.
Ele me desafiava o tempo todo, nas minhas notas, nas lutinhas que a gente tirava em casa, na piscina, na minha memória. Ele me fez forte e competitiva.
A primeira vez que fiz um bolo na vida, foi para o aniversário dele de 50 anos e esqueci uma colher dentro. Típico bolo para levar para os presos...
Ele fez terapia com quase 60 anos de vida por minha causa. Ele que sempre segurou o choro em todos os momentos da vida e escondeu as emoções, fez terapia!!!
Meu pai é viúvo faz muito tempo e apesar de estar solteiro, sempre me deixou de herança algumas boas madrastas como ele gosta de chamar suas namoradas. Me presenteou também com um irmão caçula: pequeno Rafael, que hoje tem dois anos e é louco pela irmã!
Hoje, com quase 70 anos meu pai está recomençando novamente a vida, sem reclamar, sem fazer drama, sem se achar um coitado. Sabe? Ele é incrível.
Por essas e por outras tenho que agradecer pelo homem que é meu pai e que quando nasci, não cabia de orgulho em ter um bebê tão grande e forte.
Pois é Zé, continuo grande e forte, continuo segurando o choro e fazendo a mesma careta que você, continuo durona e corajosa, continuo minha vida sem fazer grandes dramas. Porque você me ensinou assim! Obrigada!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

15º ANDAR POR FAVOR

Agora que as coisas parecem mais estáveis, acho que preciso subir um nível. E quando falo em subir nível, penso em todos os aspectos da minha vida. Subir o nível profissional, financeiro, amoroso, espiritual.
Porque ficar parada não dá. Não me conformo, sou da turma do desassossego. Tem sempre um comichão na minha alma.
Agora é colocar a mão na massa, analisar quais os caminhos, o que devo fazer para que essa mudança aconteça. Pensar friamente não é comigo, mas é necessário agora me retirar um pouco e observar.
Subir é difícil? Não sei, acho que nunca tomei contato com isso, se alguma vez eu subi foi sem perceber, sem planejar, sem sentir.
Agora não mais, preciso me familiarizar com tudo que me rodeia, isso é crescimento.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MUDANÇAS HONESTAS

Minha meta para esse ano é diminuir os mimimis, parar de reclamar e olhar a vida como um todo! Tenho tendência a generalizar tudo, algo não vai bem = a vida tá uma bosta, alguma coisa tá bacana = a vida é linda.
Não dá pra generalizar, dá pra equilibrar as coisas. Aquela coisa de circo, equilibrando os pratos. Acho que viver é isso, e estou achando cada vez mais emocionante viver assim, sem muito drama, sem muita euforia. Vejam só, isso me cheira a amadurecimento.
Há que se amadurecer, mas perder a rebeldia. Essa é a minha grande questão no momento. Resgatar minha essência que se perdeu. A história de como isso aconteceu é um tanto longa, mas posso dizer que interpretei alguns papéis, para algumas pessoas e até para mim e isso resultou na perda da minha identidade.
Separar o que era atuação do que sou eu de fato está dando trabalho e mais complicado ainda será atualizar as pessoas em relação ao novo e verdadeiro eu. Bom chega que isso está ficando por demais profundo.
O que conta agora é a melhora que sempre aparece com as mudanças honestas.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CITRONELA DAS PERNILONGAS PRINCESS...

Divulgando o blog como se não houvesse amanhã (tks Alan, tks Fran). Achando que escrevo muito e de bem com a pessoa que estou me tornando. Menos banana, menos estressada, menos combativa. Ainda com defeitos. Aceito que jamais serei uma mulher estilo princesa, o que não dá direito a neguinho não me tratar como tal. Não sou princesa no sentido da frescura, afetação e da falsa meiguice que acomete algumas mulheres. Isso não, isso nunca. Já tentei e muito me enquadrar no modelo "miguxa" de ser, mas não rola, soa falso e me dá vontade de rir.
Gostaria de conseguir fazer amizade com pessoas assim, sério, muito sério. Mas minha meneira de agir repele esse tipo de mulher. Sou a citronela das pernilongas princess...
Pois é, assusto alguns caras também, inclusive o pobre homem que divide comigo cama, mesa e banho. Uma vez ele me disse que minha mente é igual ao dos homens. Vantagem nisso? Não vejo muitas. Talvez meu senso de humor, a capacidade de rir de mim mesma e a mente sempre cheia de sacanagens tipicamente masculinas.
Exemplo: quando sou assediada na rua por aquele tipinho que chupa os dentes, eu fico constrangida? nããããõ, eu falo horrores. Quando nego fica me encarando com cara de tarado, eu fico envergonhada? nããão, eu coloco o dedo no nariz pro cara constranger. Esse é meu ritmo.
Estou mais feminina sim, mais feliz e satisfeita com a condição de mulher. Em resumo: Diva sim, princesa não.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

BOTA PRA SUBIR

Aprender a controlar minhas oscilações, aprender a respeitar as oscilações alheias. Aprender a ter senso de humor, de verdade, não o meu humor ácido ou meu humor negro. Esses eu já treino desde que aprendi a falar. Senso de humor mais puro e simples.
Aprender a colocar de lado a menina invocada, ferina e briguenta e deixar a vida fluir.
Aprender que trabalho não é igual a sacrifício.
Aprender que as pessoas tem sentimentos, vontades e agem de maneira independete e oi, não controlo minha vida, quero controlar pessoas? Não posso.
Aprender que não preciso sentir um peso enorme nas costas para caminhar, ele faz falta agora, o peso das coisas, o peso dos sentimentos e das lembranças, mas tenho que aprender a caminhar solta e livre.
Aprender que não preciso ser perfeita para ser amada e que minhas imperfeições não agridem ninguém (por mais que eu tente).
Aprender a sentir o outro, a olhar o outro, se preocupar com o outro e não, não e não controlar o outro.
Se livra minha filha, exorcisa, bota pra subir que esse santo de guerra não é seu!!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

URBES

Menina metida a moderna com cara de c***. Velhinhos aos montes, uma menina com cara de triste, três nerds, uma vaca com cara de santa, uns cinco ou seis gordinhos. Dois ou três indíviduos usando óculos de sol desnecessáriamente (uma vez que é noite), mais desnecessário é ouvir funk sem fones de ouvido, nós temos um desses aqui. Sempre temos.
Uma enfermeira, três estudantes muito maquiadas e outros três cheios de espinhas, um motorista que ouve música sertaneja e uma doida que escreve tudo em um bloquinho para depois postar no blog.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

AS VEZES SOU BANANA

Daí que tem momentos em que eu sou uma babaca completa. Pá, pá, pá, muito forte, muito determinada, mui corajosa. Mas algumas situações me deixam acuadas como uma criança, principalmente assuntos práticos, coisas burocráticas. Sou capaz de consertar alguma coisa que comprei e veio quebrada só pra não ter que voltar na loja e reclamar. Fico constrangida. Desconto? Não peço nem morta! Burra? Com certeza.
Minha Freud saberá disso amanhã, porque sabe, preciso mudar.
Saquei hoje que oscilo entre ser feita de idiota ou partir pra cima. Não existe aqui nesse cérebro um meio termo. Opa, cadê minha inteligência emocional?
Preciso aprender a responder as coisas, sejam elas o que diabos elas forem, à altura: nem mais, nem menos.
Preciso saber mostrar, eu disse mostrar, o que fiz o que não fiz. Onde eu errei e onde neguinho errou. Oi? Não sou perfeita, mas tem algumas coisas que faço com maestria.
E apesar dos pecados passados, tenho direito de exigir certas coisas.
Veio quebrado? Veio errado? Troca aê!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

LIÇÃO

Lição de hoje: Quem dorme muito, não vê Deus passar.
Sem mais.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

RESSUSCITAR

Acho que a vida é assim mesmo, tem períodos que a gente morre um pouco e depois tem que achar maneiras de ressuscitar. Durante alguns meses me senti em estado terminal, e finalmente na semana passada morri. Morreu alguma coisa dentro de mim, morreram sonhos, morreram algumas promessas. Morreram também naqueles dias alguns comportamentos meus que não gosto, morreram inseguranças e algumas dúvidas.
No final da semana, peguei o que sobrou de mim e juntei com uma porção de coisas e planos e sonhos novos e novamente meu momento fênix se sobrepos a tudo e a todos e estou em pé novamente. Vivinha da silva, para felicidade de alguns e espanto de outros.
Pois é essa sou eu. Vou ao chão, vejo a merda toda de pertinho, posso até sentir o cheiro, neguinho esfrega minha cara lá e quando parece que vou me mudar de mala e cuia pro além, alguma coisa acontece e eu me recuso a sofrer sempre, me recuso a ficar deitada e aguardar a contagem final.
Nem é me gabar de porra nenhuma, não tenho nada e ainda não conquistei 10% do que sonhei, mas estou calejada. O passado se serve pra alguma coisa, é pra que eu não faça as mesmas merdas e principalmente para ter certeza de que eu aguento o tranco.
A vida agora pode chegar, venha com o as dores e delícias. O medo no momento, foi embora, estou de coração aberto novamente.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

HUMILDADE E AMOR PRÓPRIO

Ser humilde é uma das qualidades que mais admiro nas pessoas. Oh! Não que eu seja sucessora de Madre Tereza, longe disso, tenho aqui comigo meu punhado de defeitos. Mas sempre detestei pessoas cuja humildade não existe ou mesmo quando é uma coisa forçada.
Humildade nada tem a ver com classe social, com grana, poder e sucesso profissional. Conheço pessoas que já viram a merda toda de perto, já estiveram aliás afundadas na merda e nem assim demonstram humildade, conheço outras que possuem todo o pacote para serem perfeitos cuzões e não são.
Humildade a gente traz no coração, acho que quando nasce e ponto. Aliás ando pensando que tudo o que realmente somos, a parte que importa mesmo, a gente carrega no nosso corpo. O que é valioso de verdade, nosso tesouro está dentro da gente. O resto é acessório.
Talvez pensar assim me traga algum tipo de conforto espiritual e também me ajude a me perdoar por todas os meus pecados passados. Acho que pensando assim, deixo de me importar um pouco nas durezas que a vida tem me imposto.
Já vivi como princesa, já nadei na merda, já achei que estava com a vida ganha, já achei que era meu fim. Mas no meu íntimo sempre fui a mesma pessoa e agora me conhecendo um pouco mais, começo a gostar cada dia mais de mim.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ISSO NÃO É PROBLEMA???

Isso passa, tem que passar puta merda. Tenho meu queridos que comentam o blog, mandam email e meu currículo porque sem trampo não dá! Sinto falta de ser tocada de verdade, de alguém afundar o rosto nos meus cabelos, sinto falta de ser olhada. Mas isso também passa, isso se resolve, Sinto falta de dormir embalada numa respiração gostosa, e de sentir um par de pés procurando os meus. Sinto falta de beijo. Mas vai passar. Tô me apegando no fato de construo um futuro melhor aprendendo com erros de hoje.
Como uma formiguinha tenho retomado meus velhos amigos e conquistado novos, pouco a pouco.
Minha Freud disse que minha visão de amor é so romantic!!!! Acho que no fundo sabia disso, ninguém havia sacado, só isso. E pela primeira vez não concordei com o que ela disse sobre o amor ser feito também de coisas ruins, ele é feito de imperfeições, ok, mas não de ações e comportamentos que me despertem o meu lado "Mamba Negra".
Me refugio na lavanderia do apê, tenho que fechar a porta! Como um homem que pode ser tão silencioso acordado e tão barulhento dormindo??? Como isso não é um problema meu caro? Estou severamente carente e durmo na nossa sala. Isso não é um problema?
Talvez para você caríssimo, talvez o problema seja apenas meu. Talvez até essa seja sua maneira tão covardemente masculina de me excluir da sua vida. Roncando.

Me empresta? Vou cortar uma garganta aê e já devolvo...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DESESPERO

Alguém ai me ajuda porque não tô mais aguentando sentir tanta tristeza. Acordei sem conseguir respirar, com o peito apertado, o estômago revirado. É ela a ansiedade chegando.
Quando as sensações deixam de habitar apenas a minha alma e começam a tomar conta do meu corpo parece que vou enlouquecer de vez! São tão poucos momentos de calmaria que estou ficando enjoada, com a vista embaçada e uma vontade de correr para algum lugar!
Não é apenas um fato isolado, é tudo junto acontecendo de uma só vez!
E dessa vez tá complicado, tá difícil de continuar, mas sou covarde para desistir.
Preciso de ajuda, preciso de alguma coisa pra estabilizar, preciso mesmo e mais do que nunca. Desespero é a palavra que me define.
Não tenho para onde correr, não tenho o que fazer mais e hoje acho que ninguém pode me ajudar.
Sem senso de humor, sem otimismo, sem conseguir reação.
Sem mais

sábado, 29 de janeiro de 2011

SCARS

No fundo, no fundo tudo depende de mim. Preciso me perdoar para parar de me sabotar.
Teoria simples, frase simples. Colocar em prática é que são elas...
Preciso me despir de todos os rótulos; os que eu criei e os que criaram e eu aceitei.
Existe uma certa rebeldia nisso, me debater, fincar o pé no que acredito e seguir.
Peraí que pulei uma fase: preciso saber em que acredito de verdade. Separar tudo o que for influência externa, passar na peneira e me definir. Não que isso seja imutável, a capacidade de adaptação ainda é meu maior trunfo.
O que vale agora é um mergulho onde eu jamais tive coragem de ir. Sempre soube que um dia teria que ir fundo, retirar os entulhos, limpar a bagunça. Bagunça interna que reflete radicalmente na minha vida.
Tudo que me incomoda, vou enfiando nas gavetas, escondendo, maquiando a realidade. Não analiso, só guardo pra ver se esqueço. Resultado: entulho na minha vida, entulho na minha alma.
Ontem me dei conta de que quando sou eu mesma, e não a moça do entulho, quando faço o que realmente quero e gosto, posso desfrutar de momentos de felicidade.
E saber que eu posso, sozinha, proporcionar isso... ah não tem preço.
Foi um longo caminho até aqui, foram muitas fantasias, muito medo, muita dor, tudo desnecessário. Isso a vida se encarrega de dar pra mim. Eu não preciso me sacrificar pelo que eu considero meus pecados. A vida faz isso.
Minha única responsabilidade é me cuidar, e só aprendi isso agora, quando minha alma já tem cicatrizes demais.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CONTABILIZANDO A VIDA

Nos últimos dez anos conto: uma faculdade, uma família reconquistada, alguns legumes e frutas que aprendi a comer, duas tentativas de parar de fumar, duas voltas, uma rehab, uma dezena de empregos dos mais variados tipos, um casamento, uma separação, uma reconciliação, alguns corações partidos, o meu coração partido algumas vezes, dois gatos: um vivo, um morto, uma tatuagem, meia dúzia de tentativas de fazer academia, uma centena de promessas para parar com a Coca-Cola, um livro que não consigo finalizar, várias dívidas, nenhum cartão de crédito, nenhuma conta em banco, uma pneumonia, um canal, duas viagens de avião, dois estados conhecidos, umas cinco mudanças de endereço, uns vinte amigos novos e queridos, alguns inimigos (que não conto), duas cores de cabelo, uma franja, quatro pares de All Stars, um lap top, duas contas de email, três ou quatro shows incríveis,centenas de bandas novas que conheci, meio apartamento, nenhum carro, dois grandes projetos de vida e milhares de sonhos.