terça-feira, 2 de outubro de 2012

PARA MINHA MÃE COM TODA MINHA ALMA

Foi mais ou menos nesse horário, perto das sete da noite nesse mesmo dia em 1995 que minha mãe estava me deixando. Lentamente, em casa, cercada de todos que a amavam e eram tantos... Somos ainda, afinal sua figura linda e resplandecente ainda faz parte das rodas de conversa quando a família a tal da "máfia" está reunida.
Sou uma mulher orgulhosa da mãe que tive, foi pouco tempo, mas foi intenso. Hoje já mais tranquila, depois de tanto te observar mãe, de fazer tanta força para não esquecer seu rosto e sua voz e já consigo te ver quando me olho no espelho.
Você que é responsável por toda doçura que existe em mim, por todo amor e compaixão, pela maneira sempre inovadora de ver a vida, por toda tolerância e pelo espírito de luta, por eu jamais deixar de me orgulhar de ser mulher e por lutar sempre por respeito.
Me orgulho hoje de mim, porque tive alguém que me ensinou que a vida não é sempre preto no branco, que existem dias estranhos, que isso se chama ter a alma inquieta, estar viva e jamais parar de lutar.
Não existe mágoa mãe e nem tenho hoje mais espaço no meu coração para isso, você me ensinou que a vida é muito mais que a rotina.
Sinto saudades e não se passa um dia sem que você esteja comigo.
Sou uma mulher de sorte por ser sua filha e sempre serei feliz por fazer parte da sua vida.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

AINDA SOMOS NÓS?

Hoje choveu, depois do vapor e da confusão, hoje choveu meu querido. Choveu e arrumei a cama, acendi um incenso e fechei as janelas para poder sentir o que exala dessa casa. Hoje choveu e você chegou meu querido, falando muito, querendo também sentir no meu pescoço quem somos,ainda somos nós? Eu sinto que sim.
Hoje choveu e nós rimos na cozinha, um abraço e seu sono chega sorrindo também.
Pela janela, chuviscos e o ar que entra fluido pelas frestas.
Hoje amor
Minha alma sorriu.

domingo, 3 de junho de 2012

E QUANDO O SOFRIMENTO É MUITO?

De tudo nessa vida, sou grata pelo meu senso de humor, que me serviu em tantas ocasiões como instinto de sobrevivência. Minha trajetória não muda, coisas ruins acontecem, eu sinto, eu sinto dor. 
O que me mudou e me tornou assim, assim, de grandes sobressaltos com o que o futuro me reserva foi ver a vida como uma comédia, no geral engraçadíssima, e com pitadas de dramalhão. 
O sofrimento quanto é muito, quando transborda em mim, me transforma em algo caricato, ele escorre meu sorriso, meu rímel, ele revolve meu cabelo, me enche de manias e quando me olho no espelho no ápice da tristeza, o que eu vejo me faz rir, é muita loucura, é muito torto, e quem disse que a loucura não diverte?
E eu sigo assim, um pouco triste, um pouco louca, sempre fiel ao que eu sou e na maior parte do tempo eu sigo sorrindo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

SATISFEITA

Não da pra ser menos, não consigo "baixar um tom", não caminho em linha reta. Não fui feita para catar cacos. Uma parte de mim já está anestesiada e eu consigo funcionar perfeitamente, eu como, durmo, caminho, dou bom dia, eu consigo sorrir, eu consigo gargalhar, eu consigo ser feliz, porque esse lado que não sente, me protege de perder o chão, de mergulhar novamente no meu lado mais sombrio.
Alguns dias eu me culpo por não chorar, por não estar com o coração estraçalhado e olheiras do tamanho de um pires!!! Mas simplesmente tudo isso é demais. Chegar ao fim da linha: "that's all folks!?!", por essa eu não esperava.
E lá se foi a culpa, lá se foi a choradeira, o cabelo e o medo. Fiz as pazes comigo, com aquela que eu deixei pelo caminho quando fui servir de reflexo para os outros. Andamos de mãos dadas.Já era tempo!
E vou falar que não estou satisfeita? Estou e muito. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

SIMPLES

Tanta coisa para dizer, aquela sensação familiar de caos... e como poucas coisas acontecem rapidamente, o que me resta é resolver, muito calmamente, uma zica de cada vez.
Dois pixels do computador faltando, para me lembrar que tudo perece, tudo fica gasto, muita coisa perde o brilho.
Hoje uma amiga me perguntou se tenho medo de recomeçar com a minha idade (cof,cof) eu tenho 32 e ela apenas 19 ou 20, veja bem o que a gente passa nessa vida... Mas a verdade é que eu tenho medo sim, principalmente quando insisto em governar meu recomeço, de governar meu futuro... Ah quanta coisa acontece até lá!
Agora o que importa é o hoje, a minha felicidade aqui e agora e é com o hoje que eu pretendo lidar e talvez com ele ter um futuro feliz.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

CAGA REGRA 1

Eu e minha terrível sensação de inadequação. Olha, eu tento, vixe! tentei tantas vezes me enquadrar... Mas cada tentativa gerava um erro. Ah gente.... ando tão equivocada, tão perdida.
O fato é que no momento transito por essa situação de me sentir sufocada tentando agradar...Não sou sempre grosseira, faça-me um favor! Mas tem coisa que não rola, que me sobe o sangue e eu não evito.
Tenho me ouriçado principalmente com gente "patrulhando", querendo cagar regras, e é esse tipo de gente que eu tenho que conviver (oi?), nego querendo me diminuir, me avacalhar... não dá, não consigo.
Fazendo altos movimentos para não me deixar levar e acabar esquecendo quem eu sou.

domingo, 6 de maio de 2012

Machismo, Liberdade e Humanidade

O que é machismo? Não na teoria, mas no aqui e agora, nesse planeta onde as mulheres votam, dirigem mandam e pagam a conta. E entre essas mesmas mulheres, existe um ranço de machismo?
Me parece que sim. Na verdade eu tenho ouvido e visto atos de machismo em tantos lugares ultimamente e o que me intriga é perceber que algumas mulheres não percebem ou não se importam com atos machistas acontecendo com elas ou com alguém próximo.
Não vou entrar na discussão das diferenças entre os sexos, isso me parece primário. 
Mas sabe...O corpo da mulher é lindo, é gostoso, mas o do homem também!!! Oras!!! Vamos colocar esses meninos com pouca roupa para dançar, não pode? Vamos inventar brincadeiras de cunho sexual para avaliarmos o desempenho dos homens no sexo oral, não pode? Vamos chamar os homens de camiseta justa e mostrando as formas do corpo de vagabundo, gostosinho, não pode? Vamos julgar o caráter de um homem pela calça que usa, não pode? Vamos passar a mão furtivamente na bunda dos caras e depois dar uma piscadinha, não pode? Vamos sair para beber e na volta dar uns tapas no seu homem, não pode? Eles não gostam???
Isso é machismo, essa merda que vai além da mulher poder trabalhar, poder ser independente. Esse tipo de machismo que a impede de ser livre para agir como desejar e não como manda alguma norma de conduta moral.  Alguma mulher (me incluo) se acha 100% livre para pensar, agir, vestir, dormir ou desejar? 
Ainda vivemos em um mundo onde alguns homens (e mulheres!!!) veneram uma fantasia de pureza e ingenuidade da mulher, alguns homens ainda salivam por virgens e santas, alguns homens ainda acreditam que estão um nível acima das mulheres, ainda se acham no direito de violentar física e psicologicamente uma mulher, ainda acham que somos parte do pacote da casa e por consequência seu objeto e sua empregada.
E algumas mulheres ainda acham que vale a pena sacrificar seus desejos para atender essa piração masculina de pureza, submissão e abuso.
Não vale.

Um homem de verdade sabe que uma mulher possui tantas qualidades e defeitos quanto ele, um homem de verdade não enxerga uma mulher de maneira ordinária, ele vê um ser humano e a trata como tal.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"para você guardei O amor"

"para você guardei O amor" diz Nando Reis na canção, e o que mais eu guardaria, senão o amor mais bonito? Amor que tanto esperou e quando você chegou, sem pudor nenhum me vi jogando em seu colo um sentimento de toda a vida, tão assim, assim, tão frágil...
Não é importante pensar no que perdi nesse caminho até te encontrar, mas sim em tudo de melhor que eu carreguei por tantos anos até poder fazer de você um lugar para ficar, desempacotar as coisas e ser feliz.
Você fez sua mágica de abraçou tudo que te ofereci. Foi simples, e por isso tão gostoso de relembrar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

NADA É DEFINITIVO DEPOIS DOS 30, NEM RAFINHA BASTOS.

Nada, nadinha pode ser considerado definitivo para uma mulher de 30. Tenho observado esses tempos o quanto, ser radical e definitiva restringe minhas possibilidades. E veja bem, eu sou uma mulher extrema. Seja nos sentimentos, nos gestos, enfim... 
Acontece que agora me sinto no direito de mudar de ideia, de olhar para os dois lados. Peitar a mudança me parece mais difícil que peitar meu radicalismo. Hoje prefiro deixar um pouco a convicção de lado e fazer boas amizades. 
Já tem um tempo que a vida tem me dado uns toques de que tudo tem dois lados e que eternidade é fantasia.
Rafinha Bastos ilustra muito bem essa minha fase: sempre achei bacana, muito, caiu horrores no conceito depois da piada do estupro, mas hoje assisti a uma entrevista sua e repensei totalmente minha opinião sobre o cara. O cara faz merda, eu faço, você também, somos humanos, até aqui todo mundo concorda, né?
Enfim o fato é que quero aproveitar essa fase mais leve, sem o meu general interno me passando ordens (isso, isso mesmo, ouço vozes na minha cabeça, falo sozinha e odeio escuro). E assim, me guiando por essa nova maneira mais flexível, eu continuo, eu sempre continuo, na vida, nos posts, nos meus sonhos.
Não é sempre legal, nem sempre fácil, sem grana, correndo, muitas vezes no automático, eu me ferro bastante. Mas não é sempre, na maior parte do tempo eu continuo a ser feliz e agradecida por não ter nascido uma minhoca.

sexta-feira, 16 de março de 2012

ANITA

Minha tia faz os melhores crostoles do mundo! Quem não comeu não sabe o que é felicidade.
Aliás sempre que visito essa tia, felicidade é pouco. Essa minha tia talvez não saiba quanto a amo e o quão importante ela foi e é na minha vida.
Ela tem as mãos mais bonitas que eu já vi, um olhar doce, quase sempre sorrindo. Cuido de mim tantas vezes que nem sei contar e jamais pude agradecer. Lá na cozinha dessa minha tia, bebendo café eu me sinto segura em em paz.
Foi observando essa minha tia que aprendi a gostar de cozinhar e fazer disso um gesto de amor, apendi também que a calma nos leva mais longe e que creme Nívea faz bem para pele. Aprendi como amar incondicionalmente toda minha família.  Aprendi que uma só mulher pode ser minha mãe, avó e tia.
Minha querida tia Anita.

quarta-feira, 14 de março de 2012

PEDIDO

Meu Deus, eu quero realizar tantas coisas ainda, tanta sonho, tantos planos. Preciso de pouco para conseguir, talvez, nem tão pouco assim.
Mas quero realizar, quero ter o que contar aos meu filhos, amigos. Nada muito grandioso não, pequenas coisas das quais algumas pessoas se orgulhem. Algumas coisas que eu me orgulhe.
Esse é o meu caminho, me guie.

terça-feira, 13 de março de 2012

...

São tantas fichas caindo, tantas constatações que eu nem sei direito por onde começar.
A primeira e inexorável verdade é a certeza de que estou envelhecendo. E ponto. Nem bom, nem ruim. Como diz uma amiga: "estamos todos nessa". 
A questão é como fazer escolhas bacanas, porque o tempo é curto. Não tão curto que não se possa mudar tudo, mas agora olhando daqui, revendo minhas escolhas, descubro que o momento de mudar certas coisas é agora.
Diante disso eu estremeço, vacilo, a lista de coisas a fazer é imensa e eu fico sem palavras...

quinta-feira, 8 de março de 2012

POST MUTÁVEL SOBRE SER FELIZ

Esse lusco fusco do final do dia me incomoda, além de me deixar mais míope que o normal. Meu gato Bill também não gosta e desata a miar aflito.
Parece uma lembrança de que coisas ruins acontecem. Sei lá, não gosto. 
Preciso aprender a aceitar as coisas boas, aceitar estar feliz e não ficar me sentindo culpada por estar feliz, sabe?
Parece loucura, mas é bem isso que acontece, felicidade e culpa andam juntas. Nunca rola de desfrutar todo o momento, lá vai minha razão me censurar.
Puxado isso aí.
Querendo ser muito feliz

terça-feira, 6 de março de 2012

AS VONTADES DO AMOR

Como medir esse tempo em que passamos juntos? Será que é muito? Eu não sei dizer. O que sei é que passou rápido, passou como passa o final de semana, quando percebi lá estávamos nós, quantos Natais? casamentos, batizados, velórios e formaturas, quantos Carnavais? Quantas vezes para o "bom dia", para o "eu te amo"?
Tantos anos, tantos anos. Um bom pedaço da minha vida, os melhores anos com certeza.
Tenho medo de um dia te perder, e não é apenas sobre o fim de um relacionamento. Tenho medo de te perder de vista, de não saber como anda sua vida, de saber como está seu rosto, medo de te perder para o mundo e assim de você só restar uma lembrança dolorida mas contida. Aquela nostalgia densa que sufoca e faz a gente suspirar. 
Então o que desejo é, que se um dia resolver se mudar, que se mude para perto, que fico meio que por aqui, que não se perca por aí, não troque seu numero, não saia de todo da minha vida. Porque sempre terá um bom lugar na minha.

segunda-feira, 5 de março de 2012

DEUS PROTEGE AS MULHERES MALUCAS

Já disse que estudei em colégios de freiras? Então, estudei, freiras franciscanas. Isso só para dizer que tenho desde sempre contato com ensinamentos religiosos. Peço para minha tia Anita rezar por mim, tia Alzira também, para a mãe de uma grande amiga, peço mesmo e acredito que funciona.
Já briguei bastante com o Criador, demais, demais, acreditei, pedi, desacreditei, uma centena de vezes. Agora estamos de bem.
Hoje me peguei pensando que essa coisa de pedir para minhas tias rezarem realmente funcionam e se ampliam, o Criador está atendendo o que foi pedido e o que esqueci de pedir. Um grande bônus celestial para que eu consiga seguir em frente, pequenos milagres cotidianos que me emocionam, porque eu sou uma manteiga derretida mesmo. Emociono, aprecio e hoje agradeço para todos que rezaram por mim, por quem até hoje reza e a forcinha do Criador e sei lá quantos anjos da guarda, porque aqui o plantão era pesado!
Me sinto mais exposta hoje, mas também me sinto confiante e inteiramente protegida para viver.
tirinhas ótimas daqui

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

BAD HAIR DAY

Tem horas que pesa, vixe! Sempre tem tempestade e ok, fico de saco cheio, nada acerta, nem o cabelo! O que sei de hoje é que tudo melhora, tudo explode, vira caos e depois a poeira abaixa e mais uma fase. E não é assim que se vive? Então.
Estrada, esfriar a cabeça, um bom banho e vamos lá: tudo mais claro, opa! planeta girando normal. Resolver o que se consegue, organizar, dar uma boa balançada no cabelo e força na peruca!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Daqui para o futuro

Descanso, tempo, conversas, coisas novas, bom humor, desencanar. Resumo do que a gente precisa. Com o relógio andando tão depressa, achar um tempo e mudar o que é "de sempre". Vamos fazer, porque são desses momentos que a gente vai se lembrar no futuro.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

NÃO POSSO EVITAR

Aperto meus olhos, mordo os lábios, apertado também está meu coração.
Grandes viagens ao passado esses dias e um balanço que beira a honestidade sobre o que fiz até aqui. Afinal que nunca romantizou o passado?
O fato é que  invejo a capacidade de algumas pessoas em andar em linha reta. Eu invejo o que é previsível, porque jamais serei assim.
Passei dos trinta e não sinto um tiquinho de vontade de me entregar ao caminho, não sinto o menor tesão em fazer o que é mais fácil e mais certo. E não se passa um minuto sem que eu questione as coisas.
Ontem eu ouvi um "deixe de ser assim", mas rapaz, me diga: como eu faço?
Tem alguma receita para deixar de querer se divertir, deixar de sonhar? E para deixar de me arriscar? Se tiver... bom se tiver use você. Eu não posso mais.
Preciso admitir que se cavar um pouco verá debaixo dos meus pés coisas que não gostaria de ver, talvez você desse no pé, mas espere! Você já viu, você já sabe, não é? Viva com isso, viva comigo porque você sabe demais e bem... coisas acontecem.
Viva ou corra para longe, mas não me diga o quanto dei errado, o quanto faço errado. Viva ou corra, porque eu não posso evitar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

IMPREVISTOS

Veja bem, eu sempre trabalhei com imprevistos, minha vida teve mais disso que qualquer outra coisa. Ok, é emocionante na maior parte das vezes, é desafiador, excitante até.
Mas meu coração não segura mais isso não, não nesse nível, não com essa frequência, ainda que o colesterol esteja em dia, meu pequeno músculo de bombear sangue está cansado.
Culpa dos excessos do passado? Do cigarro talvez? Ainda assim aposto em outros males, em dores que a gente não pode dizer para o médico sob pena de passar por louca.
Perder dói, perder devagar dói, mas abruptamente é muito pior.
E eu cansei de perder assim, pá pum, nem pôquer eu sei jogar.
Quero ter o que é meu, quero cultivar e preservar, ver dar frutos e poder sentar para observar o que plantei.
Emoções fortes... acho que agora só lido com paraquedismo e similares.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SEM PONTO FINAL

Estamos aí, primeira semana de aula. Faculdade de Direito, período da manhã, seres de 17 anos como coleguinhas de classe, muito blush, muito glitter. Tô reclamando? Ná, isso não conta, isso é café pequeno.
Quem sabe um pouco da minha vida, sabe que nessa fase da minha vida eu estou encarando o monstro de frente. Com alguns sobressaltos, mas espinha ereta. Opa! E como não?
Ainda não sou eu, ainda não consigo ser. Diante de anos de interferências externas me perdi bem perdidinha, personalidade esquizofrênica, confusa, tentando agradar deus e o diabo. Isso iria acabar bem? Não, não acabou.
E agora? Agora está tudo bem? Ainda não, mas o tombo feio ficou lá pra trás, como tantas outras merdas ficaram. E eu? Eu não, que não nasci pra rastejar nas fezesssssss, não, não essa eu passo. 
Então virou princesa minha filha, tá linda e soberana? Jamais!
O que acontece é o seguinte: sou grande demais para ser invisível, sou boa demais para carregar o estigma de "loser", sou inteligente demais para me calar diante de idiotices e esperta demais para conviver com pessoas fúteis, sou forte demais para deixar um homem mandar em mim e não tão forte que não possa ser carregada no colo. Sou louca o suficiente para entrar em um briga que não é minha, mas minha loucura não dá o direito de ninguém de decidir o que é bom para mim, sou crítica demais para acreditar em contos de fadas, mas especial o suficiente para ser tratada como uma rainha.
Cavei muito até conseguir chegar aqui e não importa o que mais venha tentar me derrubar, me soterrar, me apagar, eu ainda estarei aqui, sem rótulos, sem definição, sem ponto final.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AINDA SOBRE VOCÊ OU ENFRENTANDO LEÕES

Suas duas últimas lembranças intocadas estão comigo. Eu as vesti, apesar do calor, precisava sentir, achei lenços de papel nos bolsos, pensei em como deve ter sido difícil o final, em como deve ser horrível ver a força ir embora.
Suas lembranças hoje são minhas, vou usá-las já que não posso guardar seu cheiro para sempre que a saudades arrancar meu coração fora. Deixa eu te dizer o quanto essa saudade é forte e como meu peito dói quando fecho meus olhos. 
E eu que achei que seria fácil, você bem sabe e me conhece, achei que conseguiria passar por essa como forte. Mas não sou, não agora quando me olho no espelho e vejo você segurando o choro. Quando coloco meus óculos escuros e percebo porque ficaram tão bem em mim, porque eu me pareço com você de uma maneira incrível.
E tem sido difícil, tem sido estranho essa falta. Enfio meu rosto na suas lembranças e tento capturar a sua essência corajosa, mas me faltam forças e me sinto incompleta, estranha e sozinha.
Mas você também bem sabe que tenho meus modos de fazer tudo funcionar, de fazer com que a vida se encarregue de seguir, de encontrar maneiras de sorrir e que como parte de você vou enfrentar o leão de frente. Nós dois sabemos que no final tudo vai dar certo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

" A TEMPESTADE QUE CHEGA É DA COR DOS SEUS OLHOS...CASTANHOS

Nunca fui boa em manter boas relações com os meus ex namorados. Na verdade sempre fui um fracasso...
No final, quando a gente sabe que não existe em que se agarrar, o drama toma conta de mim e saio falando sem o mínimo de bom senso. Também sou um pouco cruel quando estou prestes a chutar o balde. Sempre precisei da raiva para não morrer de amor.
Entretanto tem uma pessoa que há muito eu me lembro com carinho, mas há muito não trocamos um aceno, talvez o único que repousa suave no meu coração já completamente ocupado pelo meu querido. 
Toda história faz parte da época mais difícil e mais bonita da minha vida. Havia perdido minha mãe, mudado de cidade e estava pela primeira vez tentando descobrir quem era eu, de que eu gostava, quando comecei a escrever coisas que vinham de um lugar até então adormecido. Então conheci essa pessoa, que na época teve a disposição e a loucura suficientes para conviver comigo. E foi lindo e louco. Mais louco do que lindo. Syd e Nancy tupiniquim, uma pitada de tragédia, mas com uma boa dose de humor pastelão... porque nossos sobrenomes italianos falavam mais forte. 
Cidade pequena, quem viu conta até hoje, muitas lágrimas, muitos copos e cinzeiros voadores, reconciliações nos domingos quando o céu já estava vermelho.
Três anos disso e acabou, assim, assim, como começou: com um cigarro aceso, olá e adeus.
Não restou nem poeira do que era sentimento, hoje apenas desejo que esteja bem, muito feliz e em paz. O que ficou foi uma frase dita depois de uma briga daquelas, quando tudo era apenas fumaça: 
"Você é a menina mais bacana que eu já conheci". E eu carrego isso comigo desde então, porque foi decisivo, porque foi verdadeiro, porque eu era só uma menina perdida.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SOBRE ORGANIZAR E VIVER

A organização das coisas está me ajudando. Pois é: o caos que habita em minha mente, fica ligeiramente entorpecido com tudo organizado no plano físico.
Sobra espaço, facilita a convivência e me coloca em um estado de paz que eu nunca havia experimentado. 
Jamais havia tido tamanha disciplina para organizar, e falo de tudo: roupas, objetos, papéis, livros, brincos... 
Não que eu não tenha sonhado com isso antes, ouço minha mãe fazendo planos de organização e reforma desde que me conheço por gente, mas nada nunca saiu do plano das idéias.
Agora foi diferente, a coisa funcionou, todos os dias um pouco de cada vez, sem fugir das caixas recheadas de papéis e lembranças. Sem fugir, sem medo de revirar meu passado, de jogar fora o que não me identifico mais e de guardar com carinho boas lembranças. Hoje eu sei onde guardo minhas memórias.
Importante frisar que não fui acometida por um Transtorno Obsessivo Compulsivo, ná, ná, não. Não chegamos a tanto. Jamais trocaria o prazer de ler um bom conto de Stephen King por uma limpeza no fogão.
Um toque de humanidade é primordial para que a casa de torne aconchegante. 
E o que antes chamávamos de "o apartamento" hoje atende pelo nome de "nossa casa".
Maturidade? Grandes mudanças? Vergonha na cara? Acho que não se trata de nada disso, essa minha mudança apenas faz parte da minha nova maneira de viver, experimentando coisas diferentes, saindo da minha bolha e me permitindo viver com 100% de escolhas. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

CARTA ABERTA AO BABACA

Ei ! Você é daquele tipo, isso aquele, o pior de todos. Que coloca toda a parte suja da sua história bem no fundo do guarda roupa, não quer que ninguém sinta o fedor que seu passado emana. Você é daqueles que sonham com o frescor da juventude, entediado no seu teclado procurando alguém de 18 anos, freneticamente flertando para aplacar seu vazio. Você procura a juventude porque perdeu a sua, você quer um vento fresco para amenizar o calor podre do corpo que habita.
Você foi vencido, isso vencido: pelo sistema, pelas convenções... te deram um quadrado e você se sentiu confortável dentro dele. 
Você precisa da melhor marca, da roupa impecável, da vida cheia de brilho para combinar com a vida que escolheu. Você envelheceu e murchou. Rumando agora para uma doença cardíaca, uma amante e muito dinheiro no banco. Vai marchando meu caro, um, dois, um, dois, um dois...
Essa é a sua vida? Ok. Mas não me acuse de maluca, imatura. Eu também sonho mas o frescor está em mim e a juventude...eu suguei tudo que ela podia me dar e ainda me refestelo no pouco que ainda me sobra.
Essa quadrado não me serve, ainda que fosse maior, ah não eu preciso de mais. Eu não quero marchar, quero dançar, quero correr, quero até rastejar, porque opa! sou um ser humano.
Pode marchar darling... o abismo é logo ali!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

QUANDO ESTOU SORRINDO

Não importa o quão maluca seja possa parecer minha vida, o quanto eu ache que vai dar errado, os momentos de questionamentos, de medo, nada, nada, nada arranca de mim a vontade de continuar a seguir em frente.
Nada consegue acabar com a minha capacidade de sonhar. Nada consegue fazer com que minhas emoções fiquem congeladas por muito tempo. Meu olhar continua a perseguir o caminho lá na frente. Faz tempo que deixei de olhar para o chão, deixei também tudo que me fazia pesada e triste.
Minha história não pode ser contada com lágrimas nos olhos, não mereço uma existência podre e melancólica, não sou capaz de vestir as roupas das vítimas, não fui preparada para suplicar, não estou pronta para desistir.
Isso significaria que meu olhos seriam mortos e apagados e meu rosto contaria uma história de renúncias e eu não sei interpretar essa cena.
Não renuncio também ao que foi trágico, mas prefiro levar isso nas minhas marcas, cicatrizes de vida do que carregá-los nas costas. E são essas feridas que quando tocadas me fazem sofrer, e eu sofro e eu choro porque estou sozinha, porque o meu passado hoje vive apenas em algumas fotos: uma casa com janelas quebradas eternamente, o perfume que ela usava, os óculos que ele não tirava jamais e a maneira como sorria. No meio disso tudo sou apenas pequena, apenas uma garotinha de rosto redondo e olhos puxados.
Mas essa é apenas o ontem e no meio de tanta dor, sou puxada de volta ao hoje, porque é ele que importa de verdade.
Porque é no hoje que construo minha família, é no hoje que trabalho para ser uma boa mãe, uma amiga, uma boa esposa, uma boa pessoa. 
Porque não importa quantas marcas eu carregue, são apenas marcas e são menores do que as marcas do meu rosto quando estou sorrindo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SÃO PAULO

São Paulo, cidade do meu coração, que me faz bem, recarrega as minhas energias. Voltei!
Um dia é suficiente para me fazer feliz. Pensando na vida em suas estações de metrô, retomando meu ritmo no seu centro. Ah! O centro de São Paulo...
Que digam que é você é suja, que você é cinza, que você cheia e seu trânsito insuportável, podem falar também que cheira mal.
Digam, digam, eu não vou desmentir, és tudo isso e mais um pouco. Mas também tem beleza, tem gestos nobres, lugares de saber, lugares com alma, histórias e mais histórias. 
E não é assim a vida? Não somos nós, humanos, assim? Cheios de nuances, cheios de contrastes, tragédias e conquistas, felicidades e lágrimas, beleza e horror, o bom e mau andando lado a lado?
Eu sou e quando caminho em suas calçadas e só assim, me sinto em casa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SEM REMORSOS

Gostaria de ser estática, planejada como uma cozinha modulada, mulher de cama, mesa e banho, para a vida toda. Gostaria de ser mansa, cordata, calma e plácida. Penso talvez, que a vida assim seja mais branda com que é sereno.
De dentro do castelo de loucuras que é a minha cabeça não há um único dia em que eu não tente domar o animal arisco que habita em mim, não se passa um dia sem que eu me questione...
Mas quanto mais o tempo passa, menos mansa eu me torno e isso nada tem a ver com agressividade, essa tal eu  aprendo todos os dias a deixar adormecida.
Tem a ver com alguma coisa mais profunda, quanto mais eu me calo, quanto mais meu tom de voz diminui, maior é a minha vontade de mudar, de fazer tudo diferente, de me mover. O meu lugar não pode ser apenas esse, já disse, cama, mesa e banho me parece tão pouco e ao mesmo tempo tão seguro...
Manter minhas asas sobre controle está se tornando uma violência, preciso de mais, preciso de mais ar, de mais cor, de mais risos, de mais músicas, de mais, mais, mais.
Hoje li uma frase de Rubem Braga que diz: ‎"Quem viveu a vida sem se poupar, com a ALMA e o CORPO, e recebeu todas as cargas em seus nervos pode conhecer (...) essa vaga sabedoria animal de envelhecer sem REMORSOS." 
Já começo a não me preocupar com quanto será gasto, quanto vou perder, quantos pedaços vão faltar, começo a mudar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SOBRE CIGARROS, EMOÇÕES E BALÕES DE GÁS

Conversando aqui e acolá (meu hobby predileto), percebo que as pessoas se casam pelos mais variados motivos: por segurança, pela pessoa certa, por medo, por questões financeiras, para esquecer outras pessoas. Eu me casei exclusivamente por amor, apenas por isso. E quando observo motivos e comportamentos tão diversos em relação ao casamento, me sinto uma heroína de filmes antigos. Casei por amor e nada mais.
Noves fora, estava conversando com meu marido sobre a possibilidade de eu largar o cigarro. Eu lhe dizia que fumar era o meu último ato de rebeldia, ao que ele me rebate: "mas porque ser rebelde, você não tem mais 16 anos?" E curto e grosso, não é que ele tem razão?
A conversa girou em torno de grandes emoções e eu com essa alma cheia de fantasia desatei a falar sobre como eu gostaria de ainda ter fortes emoções em minha vida, nadar com os tubarões e coisas de tipo. Ele disse que não. Retruquei: "como assim? nascimento de um filho, minha formatura, comprar uma casa nova, fazer uma puta viagem?" E mais uma vez, aquele por que eu casei por amor me disse: "Esse tipo de emoção eu quero, são emoções normais".
E eu tive que enfiar minha viola na sacola e admitir de que grandes emoções são coisas mundanas, aceleram o coração por um tempo e depois a vida segue e as contas chegam e precisam ser pagas.
Ele me ensina que a vida é mais simples, que ela simplesmente anda, que não existem tantos motivos para me exasperar e que rebeldia é um conceito muito mais amplo do que jaquetas de couro e cigarros.
A imagem que me veio a mente foi de que sou um lindo balão de gás hélio, que flutua, que brilha, mas se meu querido não segura a cordinha me perco dentro desse céu imenso que é a minha cabeça.
Foi por amor e só por isso que me casei.