terça-feira, 15 de novembro de 2011

DEIXANDO PARA TRÁS

Ai, ai, ai... Novas decisões, vida nova. Deixar para trás aquilo que me machuca. Dorzinha do estômago e aperto no peita dando tchau.
Se vou conseguir cumprir minhas promessas? Não sei. Mas estou cheia de vontade de mudar, cheia de energia para gastar.
Tentar é apenas a certeza de que vou me movimentar, ora bolas!
Já dizia Raul: "eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar ai parado"
Grandes e imateriais, porque oi? Vou querer o que? Ter as coisas? Ah não, isso nunca foi meta.
Quero conquistar grandes sentimentos, cultivar o amor que sinto por mim, fazer a pele brilhar, o sorriso ficar, isso sim. Quero me deitar na cama e sentir meu corpo flutuar, adormecer pensando em coisas boas. Suspirar se for de amor, desintoxicar o corpo, a alma e a cabeça.
São escolhas. Não nasci para madre Teresa, não preciso de chicotadas nas costas, depois que elas saram meu coração sangra...
Chega desse derramamento de sangue, chega de cicatrizes e ataduras. Não tem mais espaço em mim para esse tudo de violência.
Não tenho mais espaço para nenhuma violência.
E é assim, de maneira bem suave que deixo o que me fere para trás. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUANDO O TORMENTO PASSAR

Lá fora céu escuro, chovendo e ventando muito. O quarto está sombrio, eu sozinha, precisando muito dormir, mas não consigo. 
Estar sozinha não é a minha primeira opção, nem a segunda ou terceira. A questão é que não existe opção, e mergulhada na falta, descubro que no fundo sempre terei que lidar comigo. Assim, assim sem anestesia, sem alguém para afastar meus pensamentos estranhos, ninguém para fazer com esse frio na barriga desapareça.
Sou eu aqui e minha mente assustadoramente honesta, me dizendo coisas que eu não quero ouvir.
Nem a tempestade lá fora é capaz de abafar o som dos meus pensamentos.
Que posso fazer se não me deixar levar por essas verdades e observar a chuva?
Amanhã quando todo o tormento tiver passado eu vou saber o que fazer.

domingo, 13 de novembro de 2011

VOCÊ SABE COMO EU ME SINTO?

Você sabe como me sinto? Talvez nem eu saiba lhe dizer isso com precisão. Mas você realmente quer saber? Porque você precisa dessa precisão, não consegue pegar os fragmentos do que digo e juntar com minhas olheiras e perceber.
Mas hoje eu juntei minhas peças, eu me vi e decifrei o que sinto. Foi assustador e ainda posso sentir um certo pavor no que descobri. Sinto solidão, uma profunda solidão. Enorme e escura. Algo que me impedia de caminhar os dez passos que faltavam para que sair dessa inércia. 
Basta que olhe ao redor, não há ninguém aqui, ninguém é capaz de decifrar o que me faz tão machucada, porque você seria?
Coisas foram ditas, e cada palavra dita era uma agressão ao que sonhei. Não há o resista ao terremoto de palavras e silêncios, de olhares cínicos e desprezos profundos. 
Quantas vezes consertei meu sorriso, arrumei os cabelos, quantas vezes obriguei meu coração a bater??? Por você e por dezenas de pessoas eu tentei isso. Vivi o que o roteiro alheio dizia. 
E o meu? E minha vida? Me acuse de egoísta, isso é certo, isso é esperado. Viu como eu sei qual o seu roteiro?
Quando somos por demais pacientes, as migalhas de afeto são escassas. Quando somos por demais compreensivos, é fácil nos achar e não demanda mais que um segundo para que eu me exponha novamente.
Acontece, sou uma pessoa passional, sempre acontece com quem é movido por sentimentos fortes.
Essa energia me faz capaz de revolucionar tudo. Mas também me faz apenas escrever sobre tudo isso, algo que você jamais vai ler, algo que você não quer saber. 
Cuspo as palavras agora sem medo, essa é mais uma parte de mim que não lhe interessa. Não interessa também a quem me vê como um animal exótico, não ouso me esconder, mas não me interessa explicar.
Isso tudo faz com que eu consiga escutar o que meu coração diz. E faz com que eu me cale diante de você.
"This is the book I never read
These are the words I never said
This is the path I'll never tread
These are the dreams I'll dream instead
This is the joy that's seldom spread
These are the tears...
The tears we shed
This is the fear
This is the dread
These are the contents of my head
And these are the years that we have spent
And this is what they represent
And this is how I feel
Do you know how I feel?
'Cause I don't think you know how I feel"

VOCÊ LEMBRA?

Uma dorzinha no meio do peito, ela é constante nos domingos. Sonhava com domingos sem essa sensação estranha de vazio e eles mão chegaram nunca. Idealizar é perigoso. E eu sempre idealizo tudo, alcanço estágios em que posso me machucar. Já aconteceu, é verdade. Chegar perto da loucura.
Deveria me desapegar do passado, deveria deixá-lo lá bem guardado. Mas como esquecer o que foi lindo? Talvez uma das épocas mais mágicas da minha vida? Lembra quando eu era a garota do filme? E haviam olhares de cumplicidade? Quando o perfume da minha nuca fazia você suspirar? Eu me lembro. Quando as mãos apenas se procuravam, como as bocas e os abraços? Eu me lembro.
Se deixar essas lembranças para trás e não desejar mais sentir tamanha felicidade é amadurecer, então me recuso. 
De pesadelos eu estou farta, me falta é sonho, é sair da rotina que me limita e embarcar na fantasia onde sou única, especial. Descansar de ser um guerreiro e virar uma princesa por algumas horas. Preciso dessa dose de fantasia e não estou mais disposta a ficar sem isso.
Cada dia que tento me acostumar a viver sem o brilho nos olhos, morro um pouco por dentro. Admito que a vida é cinza e apenas os que tem sorte podem usufruir de momentos mágicos? Jamais.
Uma revolução está acontecendo dentro de mim e não suporto mais me deitar nessa cama de espinhos. Meu peito está apertado, tenho medo, mas a vontade de viver é maior. 
Não sei partir, me acostumei a ser abandonada. Esperar que a porta se feche em meio aos meu gritos de desespero. Mas é preciso partir, é preciso arriscar. 
Do que é feita a vida se não de grandes riscos. Você lembra?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SÓ ALGUMAS BESTEIRAS

Pessoas, pessoas, umas daqui que acabo conheço com as andanças pelo hospital, outras  que conheço a tanto tempo que nem sei mais.
De um lado o bom humor e a força surgindo onde a gente menos espera, boas conversas e lições de vida em pílulas diárias. Assim como me surpreendo com que acabei de conhecer, também acontece com pessoas que eu achava que conhecia demais.
Se fiquei puta, claro. Se me magoei, um pouco. Se isso me impediu de ser uma pessoa melhor, não. Sendo assim agora depois de dormir um pouco, fiquei com a sensação de que muita coisa tem que mudar.
Rever essa coisa de importância, porque olha só, atitude de 15 anos não rola mais. Não é a mentira em si que mais me afetou, foi o conteúdo dessa merda toda, porque essa necessidade idiota de afirmação? Vamos lá, quantos anos você tem mesmo? E mesmo que essa necessidade exista, porque eu não sou colocada a par disso? 
Cansada...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PERSEVERANÇA

perseverança 
(latim perseverantia, -ae) 
s. f.
1. Qualidade ou acção de quem persevera.
2. Constância, firmeza, pertinácia.
3. Duração aturada de alguma coisa.

Perseverança não é algo heroico ou grandioso, é algo que se faz todos os dias. Meu pai persevera e luta todos os dias contra sua doença, já tem quase 70 anos, mas se recusa firmemente a deixar que o câncer o derrote. Minha amiga persevera para que suas escolhas sejam respeitadas, sabe o lixo do preconceito está por ai, mas se recusa a ser infeliz. 
Um exercício diário, muitas vezes cansativo. Mas como é a gente luta pelos nossos sonhos, se não perseverando? Sonhos não são entregues por sedex. Eu diria até que não se corre atrás dos sonhos, caminhamos cada dia um pouco rumo ao que nos faz feliz. Perseveramos.
Os heroicos são protagonistas de grandes atos, mas será que nesse espaço tão apertado que é a rotina são capazes de perseverar?
Não quero ser lembrada por um único ato, one hit wonder. Vou encontrando espaço todos os dias para ser firme e constante naquilo que decidi ser o melhor para mim.