sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SOBRE CIGARROS, EMOÇÕES E BALÕES DE GÁS

Conversando aqui e acolá (meu hobby predileto), percebo que as pessoas se casam pelos mais variados motivos: por segurança, pela pessoa certa, por medo, por questões financeiras, para esquecer outras pessoas. Eu me casei exclusivamente por amor, apenas por isso. E quando observo motivos e comportamentos tão diversos em relação ao casamento, me sinto uma heroína de filmes antigos. Casei por amor e nada mais.
Noves fora, estava conversando com meu marido sobre a possibilidade de eu largar o cigarro. Eu lhe dizia que fumar era o meu último ato de rebeldia, ao que ele me rebate: "mas porque ser rebelde, você não tem mais 16 anos?" E curto e grosso, não é que ele tem razão?
A conversa girou em torno de grandes emoções e eu com essa alma cheia de fantasia desatei a falar sobre como eu gostaria de ainda ter fortes emoções em minha vida, nadar com os tubarões e coisas de tipo. Ele disse que não. Retruquei: "como assim? nascimento de um filho, minha formatura, comprar uma casa nova, fazer uma puta viagem?" E mais uma vez, aquele por que eu casei por amor me disse: "Esse tipo de emoção eu quero, são emoções normais".
E eu tive que enfiar minha viola na sacola e admitir de que grandes emoções são coisas mundanas, aceleram o coração por um tempo e depois a vida segue e as contas chegam e precisam ser pagas.
Ele me ensina que a vida é mais simples, que ela simplesmente anda, que não existem tantos motivos para me exasperar e que rebeldia é um conceito muito mais amplo do que jaquetas de couro e cigarros.
A imagem que me veio a mente foi de que sou um lindo balão de gás hélio, que flutua, que brilha, mas se meu querido não segura a cordinha me perco dentro desse céu imenso que é a minha cabeça.
Foi por amor e só por isso que me casei.

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