quarta-feira, 10 de abril de 2013

QUEM SAI AOS SEUS NÃO DEGENERA

Será que felicidade é genética? E a tristeza? Porque eu fico aqui pensando enquanto lavo os pratos em casa que já vi essa cena, aquela loira ali cuidando da casa e com o pensamento tão longe, mas tão longe que ela não vê aquele prato, não vê espuma, nem ao menos nota que está na cozinha, o sol das cinco da tarde entrando pelas janelas. Maldito sol dessa cidade, ela pensa. 

Ela não presta atenção em muita coisa, apenas sabe em que cidade está, sabe como foi parar lá. Mas ela sabe onde gostaria de estar e seu corpo chega literalmente a tremer ao pensar no tempo que ela perde lavando a louça. A vida saiu errado, afinal?
Eu sei como é... desde que comecei a entender que a vida é estranha, e isso aconteceu tão cedo, eu observo aquela mulher, ali na cozinha e o pensamento longe, e a tristeza de quem apenas sonhou. Eu sou fruto de alguém que apenas sonhou, uma promessa. E passei um bom tempo da minha vida vendo aquela mulher se debater contra os fatos, contra sua passividade até, como um peixe fora d’água, um desespero em mudar o que ela não tinha mais forças para mudar, ela parou de sonhar eu acho...
Essa não sou eu, é apenas assim que eu aprendi. Eu não quero ser essa mulher. Será que felicidade se herda?

Nenhum comentário: