segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SER FELIZ EM DEZEMBRO

Essa semana ouvi um cara dizendo que o Natal dele tinha sido um típico "Natal da família Souza". Tirando o fato de que essa frase soou como frase de caras coxinhas (e ele era um mega coxa), eu sei o que ele quer dizer, todos nós sabemos como é um típico Natal com a família x ou y.
Todos de alguma forma, nesse dezembrão monstro de calor, olhamos um pouco para dentro de nossas vidas, de nossas casas e olhamos as raízes, de onde diabos viemos, porque somos assim ou de quem puxamos esse ou aquele traço.
Tenho 34 anos, não tenho filhos, não tenho pai, nem mãe e o que poderia ser motivo de pesar esse ano especificamente me trouxe um sentimento maravilhoso de poder explorar quem eu sou de verdade, de olhar para a minha família sem interferência nenhuma. Eu os amo porque amo, eu não tenho nada que me ligue a eles, sou livre e sinto que estar com eles é a coisa certa a se fazer, simples assim.
Não tenho grandes ressentimentos com os vivos tampouco com os mortos, não me ressinto com a vida por ter me tirado coisas importantes cedo demais, não me sinto sozinha por um minuto que seja e principalmente não me envergonho de quem eu fui e me orgulho de quem me tornei.
Sempre senti uma felicidade imensa nessas épocas de festas, o lance de comemorar fica impregnado em mim e eu sou só esperança. Eu ganhei muito mais que perdi nessa vida.
E nesse ano eu só posso ser grata aos meus pais, por cada característica, por cada gesto, por cada hábito que herdei deles, foi tudo um sucesso e que ninguém se preocupe, porque amadureci e aceito de bom grado tudo que por ventura acontecer. 
Amo meus irmãos, amo meus sobrinhos, meus primos, tios, agregados, madrastas, amigos, visitantes e passantes. Qualquer coisa diferente disso seria de uma burrice imensa.
Hoje o grande barato é vida longa e cercada de gente que a gente ama. Aí que mora a graça da coisa.
O resto é perfumaria.

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