PARA QUEM LÊ: UM TRECHO DO LIVRO

Feliz por um "anônimo" ter pedido que eu escrevesse mais, vou tentar escrever todos os dias. Porém como a vida anda devagar aqui pra esses lados, sem novidades, sem emoção, tudo parece suspenso até 2011, me enchi de coragem e resolvi colocar um trecho do livro que estou tentando escrever. Aliás esse livro está em trabalho de parto e pelo andar da carruagem só vai sair de cesárea...
Enfim, vamos lá:

"Desceu do ônibus ouvindo Ramones e pensando que um milagre cairia bem, olhou para o céu e viu que vinha uma tempestade das boas para assistir da janela do apartamento. Apressou o passo, e quando entrou em casa teve a certeza de que sim havia conforto naquela casa, havia as mordomias, os dias em que virava uma princesa, mas o que mais ficava evidente naquele momento era um pesado odor de aprisionamento. Ela estava aprisionada em seus pensamentos, em suas divagações e seus defeitos mais odiosos.
Estava levando seus sonhos antigos com ela e tentando moldá-los insistentemente na sua realidade, arrastando aquele fardo pesado, junto com os fracassos, as mágoas e os pecados. Havia passado um bom tempo se sentindo a maior das pecadoras e merecedora de punição, de correção. Ficou devastada com a constatação. Era uma rebelde não? Ficou alguns minutos tentando se lembrar quando seu espírito perdeu a rebeldia que mantinha sua cabeça erguida, havia perdido também a impetuosidade e a coragem? Seu coração acelerou e achou que ele fosse parar, suas mãos ficaram imediatamente suadas, as pernas bambearam. Enquanto acendia um cigarro percebeu que seu tempo era curto, havia gastado tanta energia com coisas que não a faziam realmente feliz. Lembrou-se da mãe, uma longa tragada para lembrar-se de como ela morreu rápido, outra tragada para desfazer o nó que sentia na garganta. Não queria mais chorar, não pelos mesmos motivos, pelas mesmas dores."

PS: Comentem!

PARA OS QUE SEGUEM O BLOG

Acordei hoje e tive a grata surpresa de ver que tenho 10 seguidores!!! Não tenho como dizer o quanto fiquei feliz com o numero "redondo". Não sei se é pouco ou muito, realmente o que importa é que estou escrevendo para "alguéns" além de mim.
E essas pessoas devem se identificar ou ao menos interessar por tudo que se passa na minha cabeça.
Hoje o que se passa é pouco, esses dias não posso mergulhar no meu silêncio, criança em casa, então, me refugio na área de serviço, longe das pessoas e das vozes para poder voltar a sonhar um pouco. Não acho que não seria sonhar a palavra, não preciso de sonho, preciso de silêncio para me ouvir. Do contrário minha loucura interna não dá vazão e tudo se mistura com os pedidos de atenção da criança e de dois adultos (cofff) que fingem que nada acontece.
Meu caos interno já basta, já me atormenta e me atordoa.
Então me refugio aqui na lavanderia, ouvindo os "chucks""chucks" da minha máquina de lavar roupas para poder me ouvir e escrever.
E hoje escrevo para 10!!!! Obrigada

NOÇÃO

Dia 25 de dezembro, Natalzão, meu brother em casa com meu sobrinho, conversando sobre os rumos das coisas, trabalho, profissão, ai nego solta essa: "O que você ganha no dia, ela ganha em um mês como jornalista" e ri.
Quer dizer, total falta de tato, de noção e de filtro.
Eu que estou numa vibe de manter a calma de cantar um mantra, só olhei néam???
Né fácil não.

O QUE SEI DE MIM - PART II

Sei que tenho ódio mortal de pessoas falsas, aquelas de clichês mesmo: "minha linda" "flor" "amiga" e "querida", minha gastrite ataca, fico muito louca,e estou rodeada de gente assim. Prometi que em 2011 vou mandar tomar no olho do cú, obrigada!
Tenho poucos mais bons ao meu lado e farei uma faxina de pessoas na minha vida, dá licença.
Sei que venho de uma família italiana, enorme e passional, que briga, fala, grita, ama, odeia, beija e abraça, tudo ali na lata. Um grande caos afetivo delicioso, talvez por isso não seja capaz de fazer joguinhos bestas e bocas tortas para pessoas "falsas clichê". Porque existem os falsos profissionais, esses a gente nem sabe que são assim, então tudo certo.
Sei que meu pai nao tem filtro mas tem um coração gigante.
Lindinha do meu coração é a puta que te pariu.
Sem mais.

O QUE SEI DE MIM - PART I

O que sei até agora é que música me emociona, seja ela qual for, me desperta pra vida. Sei que odeio o frio e amo o calor e o brilho que ele traz para minha pele, o suor e o riso fácil que o sol coloca em meu rosto.
Sei que quero conhecer o sertão nordestino de ônibus, sentindo cada cheiro, cada pedacinho de terra e todos os rostos que cruzarem meu caminho.
Sei que não quero conhecer a neve em momento algum.
Sei que quero beber mais água e menos refrigerante.
Esse é pedacinho meu e que ninguém jamais se atreva a tentar tirar...

AUTO-RESPEITO

Saber o posso abrir mão e o que não posso. Essa é a equação que está me deixando maluca, porque para isso preciso descobrir quem realmente sou, do que gosto, o que preciso. Separar o que é meu e o que é pura expectativa quem vem de fora.
Sempre encontrei uma maneira de me adaptar em todas as situações ruins a que fui exposta, me moldando, apertando para me encaixar na realidade dos outros e é tão complicado mudar esse comportamento.
Mais complicado ainda é olhar para mim com sinceridade e descobrir que talvez eu não tenha decidido nada até então, apenas me deixei levar...
O trabalho é intenso, mas acredito que em algum momento vai trazer mais felicidade e qualidade para minha vida.
Acho que minha Freud chamaria isso de auto-respeito.

AUSÊNCIA

Muitas vezes não existem citações ou pensamentos inteligentes para descrever um dia. Ele simplesmente existe, transcorre e acaba.
Nem sempre a inspiração caminha ao nosso lado nos dando doses homeopáticas de sabedoria, perseverança e aprendizado, ela simplesmente nos abandona.
Dias que trascorrem sem novidades, sem esperanças ou sonhos, dias apenas, cada segundo desperdiçado em um ócio nada criativo.
Assim, a vida é recheada desses dias cinzas e mortos, talvez eu nem me lembre deles no dia seguinte, talvez amanhã... ah amanhã apenas o cheiro de queimado das idéias que arderam na minha cabeça, sem encontrar um lugar para pousar, para acontecer e se consumiram em chamas desse dia que não aconteceu.
Fica a ressaca desse dia, um gosto rançoso na boca e a mente vazia.
A alma no entanto se agita no até mesmo no vazio, aliás quanto maior o nada mais ela parece que vai se desprender de mim e buscar um corpo que lhe sirva, porque nada parece se encaixar, nada é duradouro, nada faz sentido e não existe o que perder ou ganhar, dia ou noite, frio ou calor. Hoje apenas o viver, em sua forma mais primitiva, sugar e soltar o ar.
O que posso levar ao meu altar para reacender a chama? Todos os sacrifícios foram feitos em nome das coisas erradas.

ESSA TAL DE FELICIDADE

Voltei de Sampa bem mais leve. Aquele lugar surte um efeito mágico em mim. Me torno autoconfiante, forte e feliz. Foi pisar na praça da Sé, que plim!!!! A transformação aconteceu em mim. Preciso trazer isso para o meu dia, para minha rotina não deixar aqui me abalar, nem pelas pessoas nem pelo calor infernal...
Não vi Zé, mas vi Tata que sempre me dá uma injeção de ânimo.
No momento fé no futuro, otimismo voltando. Ainda que por vezes eu pense que tudo vai ficar sempre cinza, ainda que a tristeza bata (e hoje eu deixo ela bater), não é nem nunca será meu forte me demorar nos momentos ruins.
Estou aqui para ser feliz. De uma maneira ou de outra, as vezes muito, as vezes pouco.
Mas feliz

QUINTA FEIRA

Ansiedade nesse corpo é mato! Dúvida também. Não estou cabendo mais nesse mundo de meu deus. Problemas sem solução, final do ano também, deprê com hora marcada. 2011 chegando sem luz no fm do túnel... Apesar que luz no fim do túnel é um trem chegando pra esmagar, no tks.
Seria melhor algo acontecer, qualquer coisa, porque semana após semana fica assim. Segunda com promessas de algo bom e a quinta feira me mostra que não vai rolar nada.
Afff, preciso da minha imaginação para não ficar louca. Preciso disso aqui para despejar as coisas.

EU VOU VIVENDO

Tenho oito leitores, o blog começou porque me sentia extremamente sozinha, as palavras surgiram da dor e saíram porque de outra maneira ficaria louca com tantas frases soltas dentro da minha cabeça.
Fico passeando dentro de mim, hoje mais do que nunca, faço viagens aos lugares mais obscuros da minha mente, fico com medo no começo, medo de me deparar com algo que não possa suportar. Até o momento suporto. Algumas vezes prefiro não olhar, em outras fico cheia de orgulho, que de nada serve.
Invejo quem consegue viver no automático, totalmente fora, extremamente focada em metas, em objetivos. Convivi com diversas pessoas assim e acredito que isso seja um dom. Passar pela vida apenas realizando, eu vou vivendo. Que nada mais é do que deixar a vida me causar cicatrizes na alma, para não esquecer, para não traçar os mesmos caminhos e tampouco me arrepender.
Vou fincando o pé em cada etapa, para o tempo não apagar minhas pegadas. E mesmo que em alguns momentos ache que estou morta, minhas palavras me dizem o contrário.

CONTRA DOR DE AMOR

Só para constar, a tática para me livrar daquele clima: "o amor está no ar". Assistir aos 4 filmes do Hannibal Lecter. São eles: A Origem do Mal, Dragão Vermelho, O Silencio dos Inocentes e Hannibal.
Quatro filmes cheios de suspensa, sangue e loucura. Trocentas horas disso curaram meu coraçãozinho dessa palhaçada de amor.
Mandei ver nos filminhos, além de muito bons mesmo, não me deixam esquecer quem eu sou de verdade.

QUANDO ACABA, E AÍ?

Tudo o que vejo hoje são histórias de amor, malditas histórias de amor. Na rua, no ônibus, na TV então nem se fala...
Lá estão elas: cheias de personagens repletos de paixão, de abraços demorados e beijos intermináveis, eu disse intermináveis!!! Mas o pior não é isso, o que me faz infartar é a vontade de acertar, de transpor cada obstáculo, seja ele a personalidade do outro, os medos, as manias ou como apertam a pasta de dente. Existe uma disposição digna de maratonistas nos recém apaixonados, estou mentindo?
Não quero ver nossas fotos antigas porque nosso sorriso era sincero, por Deus!
Conversas intermináveis, olhares demorados, nenhum detalhe passa desapercebido.
Mais um pedacinho da minha inveja para os meus 8 fiéis leitores, bam!!!!
Porque além da inveja, fica a dúvida: e depois? quando o tempo passa e a disposição se esvai? o cotidiano se instala na outra poltrona da nossa sala, vai dormir na nossa cama e janta conosco, e aí?
Sempre vai existir aquele que ainda quer muito, agarrado aos sonhos antigos como uma criança com medo do escuro, sempre vai existir aquele que sofre mais, o que fica com as memórias, os cheiros e as cartas. Aquele cujo coração explode de dor porque perdeu o olhar do outro.
Sempre... e eu sou esse outro.
Sem mais

BLÁ, BLÁ, BLÁS

A rotina esmagadora de ficar em casa está me matando. Tento de todas as maneiras criar situações para fugir disso ou mesmo de tornar tudo menos pesado. Escrever tem ajudado bastante, mas realmente existem momentos em que o desânimo toma conta e a única vontade é sumir, mudar tudo, começar do zero toda a minha existência.
Não sou do tipo que espera milagres ou acontecimentos inusitados, mas tenho que confessar que esses dias tais opções se tornaram viáveis. Bobagem isso, tudo depende dos movimentos que faço, ficar parada não trará respostas e todas a tentativas até o momento me levaram a uma ansiedade enorme e depois a frustração.
Não consigo relaxar, não consigo fazer minha mente ficar quieta um só minuto e também não tomo grandes decisões com medo de estar contaminada com tudo isso e depois me arrepender.
A vida segue e tenho o exemplo bem do meu lado, tenho que lidar com a minha inveja, minha insatisfação. Afff.
Reclamações tolas, a vida é maior, tenho um milhão de coisas para conquistar e eu não posso ficar aqui parada, como diria Raul.
Alô, alguém me devolva o motor da minha vida, ouviu?????

PACOTINHOS DE LÁGRIMAS

Rolo de papel higiênico na mão, arranco um pedaço, dobro, enxugo meu rosto, dobro o pedaço duas vezes na vertical, uma na horizontal, faço um pequeno pacotinho, que coloco de lado e cada vez que as lágrimas voltam, passo o pacotinho no rosto. Repito essa operação inúmeras vezes, só parto para outro pedaço quando o outro se esfarela e cobre meu rosto de pontinhos brancos. Tem duas noites, que esse é o ritual: falar, me emocionar, chorar, fazer os pacotinhos, me acalmar, falar, me emocionar... Cansativo, mas até certo ponto necessário. Inéditos são os temas, são as sentimentos que colocamos na mesa, as vezes me perco e volto as velhas manias e idéias.
Mas me recomponho e retomo minhas convicções, aquilo de que hoje não abro mão. Bato o pé, correndo o risco de ser o fim, mas se isso acontecer, continuarei fiel as minhas idéias. Correr atrás da felicidade significa muitas vezes sacrificar velhos sonhos.
Vou em frente, sem manipular, sem dramas, preto no branco.Todos querem garantias, eu nao sou diferente. Me sinto forte, apesar do cansaço mental e da dor nas costas que a tensão me traz.
Mais um dia nesse ritmo, as vezes acho que vou ficar louca. Mas as coisas vão mudar para melhor, de uma maneira ou de outra. Bucar a felicidade afinal é um ato de coragem e é preciso me mover e trabalhar para isso.
Sem mais.

A MULHER QUE DESAFIOU OS DEMÔNIOS

Lutando contra os demônios do post anterior e mais alguns, porque aqui não tá fácil não...
Preciso dar uma chance para as coisas novas, preciso me abrir para as inúmeras possibilidades do mundo. Tenho me preparado para esse momento durante muito tempo, mudar sem medo, sem me apegar ao passado e as minhas fantasias. Sonhei um dia, sonho hoje, mas os sonhos nem sempre são viáveis e aí é preciso sonhar diferente. Enfrentar as coisas de peito aberto, sejam as porradas, mas também as coisas boas, porque afinal viver também tem leveza, tem momentos felizes e não são poucos oras bolas! Eu quero viver bem!
Não quero mais carregar o mundo nas costas, na verdade quero viver da maneira mais suave possível. Cansei de arrastar as correntes que recebi muito cedo na minha vida, cansei de estar conectada com meu lado mais obscuro, com toda a doença e a dor que estão por ai.Já trilhei esse caminho muitas vezes, conheço cada cantinho do inferno, cada armadilha das sombras e o quanto me custa cada tropeço, quanto dói cada queda.
Cansada de permitir que cada ferida seja reaberta, de sorrir enquanto sangro, de aplaudir cada vez em que sinto meu coração explodir.
Não estou apenas lutando contra os demônios, estou expulsando-os de vez, um a um. Posso senti-los se desprender de mim e hoje sei o que é ser forte. A coragem não está em aprender a se levantar, ah não, está em não cair.